Chuva diminui ritmo da colheita de grãos de verão no Rio Grande do Sul
Conforme os técnicos, permanece a expectativa de uma grande safra, entre as maiores já obtidas no Estado, beirando os 9,6 milhões de toneladas. Os negócios no período se caracterizaram por baixas movimentações, pois o valor médio manteve-se em queda, caindo mais 1,07% na semana, ficando a saca de 60 kg em R$ 26,79. Os produtores seguem preocupados com as quedas semanais e também com baixa cotação do dólar.
Com os produtores dando preferência para a colheita da soja, a do milho segue de maneira lenta e reduzida. A colheita atingiu apenas 66% da lavoura no Estado, restando 1% em floração, 12% em enchimento de grãos e 21% maduros e por colher. Grande parte dessa área a ser colhida é de variedades plantadas no tarde (safrinha) e que deverá se estender até o final do mês de junho.
A safra deverá ser ótima e atingir as expectativas atuais, com uma produção de aproximadamente 6 milhões de toneladas. Nos mercados regionais, a comercialização mantém-se com ritmo lento devido à boa oferta de produto, e os consumidores estão comprando apenas o necessário imediato, esperando a entrada do milho do tarde, que poderá pressionar os valores ainda mais para baixo.
A safrinha do feijão avançou 13 pontos percentuais na colheita, chegando aos 52% nessa semana. As demais fases são de 2% ainda em floração, 21% em enchimento de grãos e de 25% já maduros e por colher. A qualidade dos grãos é boa, ficando entre os tipos 1 e 2. A comercialização segue lenta e com o mercado em baixa. Nessa semana a saca de 60 kg do feijão preto caiu mais 1,52%, ficando em R$ 34,91.
Nesse último período, iniciou-se na região do Alto Uruguai, a aquisição de feijão pelo Governo Federal (CONAB), através do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA – que beneficia produtores da Agricultura Familiar, com pagamento de R$ 60,00/sc, situação esta que poderá mexer com o mercado aberto do feijão.
A lavoura orizícola gaúcha está por encerrar a sua colheita. Esta já atinge os 97% da área, com os 3% restantes já maduros e prontos para serem colhidos, o que deverá acontecer nos próximos dias. O preço da saca de arroz no mercado gaúcho manteve-se igual à da semana anterior, em R$ 20,21, ficando a 29,48% do valor da média histórica.
Criações
O mercado do boi gordo apresentou, após uma série de sucessivas quedas, um comportamento estável no decorrer da semana. No fechamento da pesquisa que acompanha os preços do mercado, realizado pela Emater/RS-Ascar, o produto estava cotado em R$ 2,00 para pagamento em 20 a 30 dias. O mercado de animais de reposição, no entanto, segue aquecido.
Em conseqüência, os pecuaristas seguem relutando em vender animais em ponto de abate em razão do descompasso no preço do boi gordo e das categorias de reposição. A entrada de carne de outros Estados continua influenciando o mercado, contudo, conforme relatam os técnicos da região central, que acompanham o mercado varejista local, ainda não houve o repasse desta baixa aos consumidores.
Hortigranjeiros
As temperaturas mais amenas do período melhoraram as condições de desenvolvimento dos hortigranjeiros, especialmente as hortaliças folhosas, que tiveram seus volumes de oferta no mercado aumentados, baixando os preços de alguns produtos nas vendas, feiras e super mercados.
No Litoral Norte, no entorno do município de Maquiné, a olericultura está em fase de plantio intenso. Nos 1.500 ha de hortas, 30% já se encontram semeados com alface, brócoli, couve-flor, beterraba, rúcula, tempero verde, radiche e repolho. A maior área é a da alface, que atinge em vários cultivos anuais, 500 ha em produção. Em Tavares, está iniciando os preparativos da nova safra de cebola, com a aquisição de sementes e início de preparação das áreas de sementeiras. A tendência é de uma redução de área de 15% em relação à anterior, que foi de 700 ha. Em Terra de Areia, os produtores de abacaxi estão induzindo a floração para a colheita iniciar antes do natal.