Chuva extrema no RS: entenda os 4 fenômenos que explicam o cenário

Chuva extrema castiga novamente o Rio Grande do Sul nesta semana, provocando alagamentos, vítimas e grandes prejuízos em dezenas de municípios. O cenário atual, ainda que em menor escala, tem…
Chuva extrema
Foto: Arquivo: Prefeitura de Rio Grande. No Litoral Sul, já começa a ter impactos das cheias.

Chuva extrema castiga novamente o Rio Grande do Sul nesta semana, provocando alagamentos, vítimas e grandes prejuízos em dezenas de municípios.

O cenário atual, ainda que em menor escala, tem semelhanças com o registrado no final de abril e no início de maio de 2024, quando enchentes históricas assolaram o estado.

A situação meteorológica crítica desta vez é causada pela combinação de quatro fenômenos simultâneos, que juntos explicam a persistência e intensidade das precipitações no território gaúcho.

Chuva extrema

O primeiro fator determinante é o bloqueio atmosférico, um sistema de alta pressão posicionado sobre o Sudeste brasileiro em altitude, que impede o avanço das frentes frias em direção ao centro do país.

Enquanto o tempo permanece seco e quente em regiões como Sudeste e Centro-Oeste, o Rio Grande do Sul sofre com uma frente fria bloqueada, o que intensifica os volumes de chuva ao manter as instabilidades concentradas por vários dias em áreas específicas.

O segundo fenômeno em atuação é a frente semi-estacionária, que permanece praticamente parada sobre o território gaúcho.

Com o bloqueio atmosférico impedindo seu deslocamento, essa frente continua despejando chuvas torrenciais em sequência nas mesmas localidades, o que favorece acumulados altíssimos de precipitação e aumenta os riscos de alagamentos, deslizamentos e transbordamentos de rios.

Regiões do Norte do RS, mais próximas de Santa Catarina, têm sido menos afetadas, justamente pela proximidade com áreas sob domínio do tempo estável.

O terceiro elemento é o jato de baixos níveis, uma corrente de ar quente que se desloca da Bolívia em direção ao Sul do Brasil a cerca de 1.500 metros de altitude. Essa corrente, invisível aos olhos, atua como um verdadeiro corredor de vento transportando umidade e calor, alimentando a formação de nuvens carregadas e temporais no Rio Grande do Sul.

Por fim, o quarto fator que intensifica a chuva extrema é o gradiente de temperatura. O estado encontra-se entre duas massas de ar distintas: uma quente ao Norte e uma fria ao Sul.

Essa diferença térmica cria uma zona de instabilidade intensa, que contribui para a formação de nuvens pesadas e chuvas contínuas.

Embora esse gradiente esteja menos intenso do que em maio de 2024, ainda exerce papel crucial na amplificação dos fenômenos climáticos atuais, segundo a MetSul.

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A combinação desses quatro elementos — bloqueio atmosférico, frente semi-estacionária, jato de baixos níveis e gradiente térmico — torna a situação especialmente perigosa e exige atenção máxima da população, autoridades e Defesa Civil, que já emitem alertas constantes sobre os riscos de novos desastres.

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