Chuva na Argentina assusta moradores do Sul do Brasil, mas cenário no RS será diferente, sem risco de repetição da catástrofe.
Enquanto um bloqueio atmosférico sobre a província de Buenos Aires provoca acumulados históricos de até 400 mm, levando a enchentes severas, a previsão para o Rio Grande do Sul indica uma instabilidade bem mais moderada, sem grandes volumes ou risco de desastre nos próximos dias.
Desde a última quinta-feira, a Argentina enfrenta um dos episódios de chuva mais extremos dos últimos anos.
Regiões do Noroeste de Buenos Aires, como Zárate, Campana, Suipacha, Exaltación de la Cruz e San Antonio de Areco, estão em situação crítica com enchentes, evacuações e rodovias bloqueadas.
Só na sexta-feira, os volumes passaram de 300 mm em alguns pontos, ultrapassando em quatro vezes a média histórica do mês inteiro.
Esse cenário extremo é consequência de um padrão de bloqueio atmosférico aliado a uma frente quente, que mantém as áreas de instabilidade estacionadas sobre o mesmo local, situação meteorológica semelhante à vivida pelo Rio Grande do Sul no fim de abril e começo de maio de 2024, quando o estado enfrentou um desastre climático histórico.
Com a aproximação de uma frente fria vinda do Chile, atravessando a Patagônia e a província de Buenos Aires, a previsão é de mais chuva intensa, vendavais e granizo ainda neste sábado.
Os acumulados podem se aproximar dos 500 mm em algumas localidades argentinas, elevando ainda mais o grau de risco. O Uruguai também está sob alerta de temporais localizados e chuva forte.
Diante do que está acontecendo tão perto da fronteira sul do Brasil, cresce a preocupação entre os gaúchos: a chuva da Argentina vai causar nova enchente no RS?
Segundo a MetSul, a resposta é clara: não há risco de repetição dos eventos extremos aqui no início da semana. A instabilidade avança para o território gaúcho, sim, mas de maneira mais branda.
No domingo, o tempo começa a mudar com a chegada da frente fria, que trará chuva ao Oeste e ao Sul do estado entre a madrugada e a manhã. Ao longo do dia, a instabilidade se espalha, atingindo outras regiões com chuva fraca a moderada.
O sol ainda pode aparecer entre nuvens em alguns momentos, e os volumes previstos são baixos, com risco apenas de temporais isolados, especialmente onde houver calor antes da chuva.
Na segunda-feira, a instabilidade persiste em pontos da Campanha e do Sul gaúcho, com chance de pancadas mais fortes, mas ainda dentro de um padrão comum.
Já na terça-feira, a previsão é de chuva espalhada pelo estado, porém sem indicativos de volumes elevados nem de extremos climáticos significativos.
Chuva na Argentina assusta
Os modelos meteorológicos confirmam que o padrão atmosférico será bem distinto do observado na Argentina, afastando, ao menos por enquanto, o temor de uma nova tragédia como a vivida recentemente pelos gaúchos.