Chuva no RS: 28 municípios em situação de alto risco geológico

Chuva no RS: Defesa Civil divulga as 28 cidades do RS com altos riscos geológicos e alerta para cenários críticos com chuvas intensas. O Rio Grande do Sul se encontra…
Chuva no RS, cidades mais afetadas pelas chuvas no RS
Foto: Foto: Fabricio Ceolin/Bombeiros Voluntários de Sobradinho

Chuva no RS: Defesa Civil divulga as 28 cidades do RS com altos riscos geológicos e alerta para cenários críticos com chuvas intensas.

O Rio Grande do Sul se encontra sob um alerta preocupante devido aos volumes de chuva previstos para este final de semana, que acentuam drasticamente o risco geológico em diversas áreas do estado.

A Defesa Civil Estadual, em parceria com órgãos de monitoramento, emitiu uma lista detalhada de 28 municípios que estão em situação de alto a muito alto risco para ocorrências de movimentos de massa, como deslizamentos de solo e rochas, quedas de blocos rochosos e desabamentos de barreiras.

Este cenário exige a máxima atenção da população e das autoridades locais, dado o potencial de eventos que podem impactar diretamente a segurança e a infraestrutura.

A intensificação dos fenômenos geológicos está intrinsecamente ligada ao encharcamento do solo, que perde sua estabilidade e se torna mais propenso a ceder sob o peso da água.

O Centro de Monitoramento da Defesa Civil Estadual, com base em atualizações meteorológicas até domingo, 29 de junho, identificou que a área de grande perigo se expandiu significativamente para o norte do Rio Grande do Sul.

É nessa região que os acumulados pluviométricos se tornam mais expressivos, agravando as condições que favorecem esses eventos.

Regiões mais vulneráveis e o foco da preocupação

A faixa de maior probabilidade para movimentos de massa se concentra, de forma geral, em áreas de encosta.

Contudo, a atenção está redobrada nas regiões intermediárias que englobam polos como Caxias do Sul, Passo Fundo e a porção norte de Santa Cruz do Sul-Lajeado.

Destaque especial é dado às regiões Serrana e dos vales do Sinos e do Taquari, que historicamente já enfrentam desafios geológicos e onde o solo já pode estar saturado por eventos anteriores.

A vulnerabilidade dessas áreas, combinada com a topografia acidentada e a densidade populacional, cria um cenário de grande preocupação para as autoridades e para os moradores.

A lista dos 28 municípios em alerta crítico

A Defesa Civil, utilizando a classificação de Risco Alto a Muito Alto do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgou os seguintes municípios com a maior probabilidade de ocorrência de movimentos de massa:

  • Arroio do Meio
  • Barros Cassal
  • Bento Gonçalves
  • Carazinho
  • Carlos Barbosa
  • Caxias do Sul
  • Encantado
  • Ernestina
  • Espumoso
  • Garibaldi
  • Gramado
  • Ibirubá
  • Igrejinha
  • Lajeado
  • Marau
  • Marques de Souza
  • Muçum
  • Nova Petrópolis
  • Nova Prata
  • Novo Hamburgo
  • Passo Fundo
  • Progresso
  • São Francisco de Paula
  • São Marcos
  • Soledade
  • Tio Hugo
  • Três Coroas
  • Vacaria

Neste prognóstico, a Defesa Civil ressalta a possibilidade de ocorrências pontuais de deslizamentos, com atenção especial para as encostas em áreas urbanas e para localidades que já apresentam cicatrizes de deslizamentos recentes, indicando uma fragilidade maior do solo.

Além disso, a possibilidade de “quedas de barreira” à margem de estradas e rodovias é real, o que pode causar bloqueios e colocar em risco a segurança de quem trafega por essas vias.

Identificando os sinais de alerta: sua vida pode depender disso

A prevenção e a resposta rápida dependem crucialmente da capacidade da população em reconhecer os sinais de perigo iminente. É fundamental que os moradores de áreas de risco, e até mesmo aqueles que vivem próximos a encostas e cortes de rochas, redobrem a atenção para os seguintes indicadores:

  • Rachaduras no solo e nas paredes de construções: O surgimento de novas rachaduras ou o alargamento de rachaduras existentes pode indicar movimentação do terreno ou da estrutura.
  • Inclinação de árvores e muros: Se árvores ou postes que antes estavam retos começam a se inclinar, ou se muros e cercas apresentam deformações, é um sinal claro de instabilidade do solo.
  • Lama e água que escorrem pelas encostas e cortes de rochas: O aumento do fluxo de água ou o surgimento de escoamentos de lama em locais incomuns pode indicar saturação e movimentação do terreno.
  • Barulhos ou vibrações que venham do piso, telhado e paredes: Sons incomuns, como estalos, rangidos ou tremores, podem ser indicativos de desabamento ou desprendimento de material.

O monitoramento contínuo desses sinais deve ser intensificado, especialmente em encostas de morros, construções localizadas em suas proximidades, áreas de mineração e nos taludes (inclinações) de cortes de estradas. A agilidade em identificar e comunicar esses indícios pode ser a diferença entre a segurança e um desastre.

Ação imediata: o que fazer em caso de perigo

Caso qualquer um desses sinais seja identificado, a recomendação da Defesa Civil é clara e imediata: o local deve ser evacuado sem hesitação. A segurança da vida humana é a prioridade máxima. Após a evacuação, é crucial acionar imediatamente os órgãos de resposta.

Contatos de emergência:

  • Defesa Civil da sua cidade: Verifique o número de contato específico do seu município.
  • Brigada Militar (190): Para situações de perigo geral e necessidade de apoio.
  • Corpo de Bombeiros Militar (193): Especialmente em casos que envolvam estruturas ou pessoas em risco.

É imperativo ressaltar que o retorno ao local evacuado só pode ser realizado após a liberação formal dos órgãos competentes, que farão uma avaliação técnica da segurança da área. Desobedecer a essa orientação pode colocar vidas em risco.

Metodologia e base do prognóstico

O prognóstico de risco geológico é elaborado com base em uma análise rigorosa e multidisciplinar, que integra as últimas atualizações para riscos geo-hidrológicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI).

Além disso, são considerados os registros existentes nos modelos geológicos da região, as cicatrizes de movimentos de massa de eventos anteriores – que revelam áreas de fragilidade histórica –, e o cenário meteorológico mais crítico divulgado pelas previsões.

Essa abordagem holística e baseada em dados científicos visa oferecer a mais precisa e confiável avaliação de risco para a população gaúcha.

Chuva no RS

A situação exige que todos os envolvidos – cidadãos, órgãos públicos e imprensa – atuem em conjunto para disseminar as informações e garantir que as medidas preventivas sejam tomadas.

A atenção e a ação proativa são as ferramentas mais poderosas para mitigar os impactos desses fenômenos naturais.

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