Chuvas fortes e inundações ameaçam o Rio Grande do Sul nos próximos dias
Alerta máximo: Rio Grande do Sul sob risco de inundações e desastres
A MetSul Meteorologia soa o alarme para o Rio Grande do Sul, que enfrenta um cenário de alto risco hidrológico e meteorológico.
Chuvas fortes e persistentes, com volumes excessivos a extremos, estão previstas para o fim de abril e início de maio, elevando consideravelmente a probabilidade de cheias de rios, inundações e alagamentos em diversas regiões do estado.
Fatores que contribuem para o cenário:
Massa de ar quente: Uma massa de ar excepcionalmente quente se intensifica sobre o Centro do Brasil, criando um bloqueio atmosférico.
Ar frio na Argentina: Ao mesmo tempo, ar frio se estabelece sobre a Argentina, gerando um contraste térmico significativo nas latitudes médias do continente.
Zona de transição: O Rio Grande do Sul fica na zona de transição entre as massas de ar quente e frio, propiciando instabilidade frequente e expectativa de muita chuva.
Avanço e recuo de ar: O avanço do ar frio de Sul e o ingresso do ar quente de Norte, em constante variação, geram sucessivas áreas de instabilidade com precipitação abundante.
Similaridade com 2023:
O cenário atual apresenta semelhanças com a primavera meteorológica de 2023, quando eventos extremos de chuva e inundações atingiram o Rio Grande do Sul durante os meses de setembro, outubro e novembro.
Na época, bloqueios atmosféricos associados a ondas de calor no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil também contribuíram para a situação.
Acúmulo de chuva:
A chuva prevista se soma à precipitação já registrada no fim de semana e nos últimos dias no Rio Grande do Sul. Diversas localidades receberam volumes altos a excessivos, com acumulados superiores a 100 mm em algumas áreas. Na Grande Porto Alegre, cidades registraram entre 50 mm e 80 mm de chuva em apenas seis horas.
Projeções dos modelos:
Modelos numéricos de previsão do tempo indicam um cenário preocupante, com acumulados de chuva entre 100% e 200% da média histórica para o mês em apenas sete dias para grande parte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os volumes previstos são considerados excessivos a extremos, com algumas áreas podendo receber entre 200 mm e 300 mm de chuva no período.
Mapas de projeção:
Mapas de projeção de chuva para a semana, provenientes de modelos globais com histórico de alto índice de acerto, revelam volumes acima de 100 mm em grande parte do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina, com acumulados superiores a 200 mm em diversas regiões.
Risco de cheias e inundações:
Com a soma da chuva já recebida e a previsão de novos volumes expressivos, a ocorrência de cheias de rios e inundações é inevitável. Diversas bacias hidrográficas no Rio Grande do Sul e em outras regiões devem atingir cotas de alerta e inundação nos próximos dias.
Mapa de risco:
O mapa de risco do Global Flood Awareness System (GloFAS), modelo hidrológico do Sistema Copernicus da União Europeia, indica que a grande maioria dos rios do Rio Grande do Sul apresenta risco alto (em vermelho) a extremo (púrpura) de inundações nos próximos dez dias.
Risco para vales:
Moradores de vales, especialmente dos rios Taquari e Caí, duramente atingidos pelas inundações de 2023, podem se perguntar sobre a possibilidade de novas cheias de grande magnitude. O risco de cheia é alto, porém no curto prazo (sete a dez dias) a probabilidade de uma repetição de cheias tão graves como as de setembro ou novembro é remota a baixa.
Impactos da chuva extrema:
A persistência da chuva por vários dias, além de cheias de rios, trará inundações e alagamentos, elevando o risco de deslizamentos de terra em áreas de encostas de morros. Quedas de barreiras podem gerar bloqueios de rodovias estaduais e federais. Estradas rurais devem ficar intransitáveis.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp