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Chuvas na primeira quinzena de dezembro melhoram situação das lavouras no RS

A primeira metade do mês de dezembro apresentou condições meteorológicas bem diversas daquelas observadas no mês anterior. As precipitações, embora diferenciadas nos volumes acumulados nas diversas regiões, foram mais intensas do que as anteriormente ocorridas. Tal situação melhorou de maneira considerável a situação de desenvolvimento da lavouras, em especial as localizadas do Centro para Norte do Estado, onde se concentra a produção de milho e soja.

Arroz
As lavouras de arroz se desenvolvem dentro da normalidade em todas as regiões produtoras. As chuvas ocorridas recentemente auxiliaram na manutenção dos níveis das barragens destinadas à irrigação, dando tranquilidade aos produtores. As baixas temperaturas registradas nos últimos dias não deverão provocar maiores reflexos, uma vez que as lavouras ainda se encontram em fase de desenvolvimento vegetativo, devendo entrar em floração, de maneira gradual, a partir do final deste mês.

Feijão
O feijão se desenvolve de maneira satisfatória e, no momento, a maior atenção se volta para as lavouras que se encontram em fase de floração (28%) e enchimento de grãos (29%). Nessas fases, a umidade no solo dá condições para a manutenção de uma boa produtividade, que tem se mantido acima do esperado, ao redor dos 1.300 kg/ha nos primeiros 10% colhidos. Outros 14% se encontram maduros e também apresentam potencial similar.

Milho
A semana transcorreu com condições benéficas para o milho. As chuvas abundantes ocorridas nas principais regiões produtoras deram alento aos produtores, principalmente para aqueles que têm lavouras em fase de floração e enchimento de grãos. Estas, no momento, representam 41% do total. Nos 39% que se encontram em desenvolvimento vegetativo, a umidade no solo dá condições para uma boa evolução, com os agricultores intensificando os trabalhos de adubação em cobertura e combate às invasoras. O plantio também evolui de maneira satisfatória, alcançando 84% do total da área prevista para esta safra.

Soja
O plantio da safra 2010/11 de soja começa a se encaminhar para o final, atingindo 90% do total previsto. As últimas lavouras, localizadas em zonas mais frias, como os Campos de Cima da Serra, Campanha e Sul, deverão ser finalizadas até o fim deste mês, quando se encerra o período preferencial. Para as lavouras já germinadas e que estão em desenvolvimento vegetativo, a umidade presente no solo dá condição para uma boa evolução e manutenção de um bom padrão.

Hortigranjeiros
As condições climáticas apresentadas no período foram, em geral, benéficas para desenvolvimento das frutas e hortaliças, já que a semana alternou dias ensolarados com dias de céu encoberto, com ocorrência de chuva. Em alguns municípios, as chuvas intensas e mesmo a ocorrência de granizo causaram prejuízos em algumas frutíferas e principalmente em hortaliças folhosas cultivadas a céu abeto.

A colheita da safra de alho 2010 alcançou 90% da área cultivada. Bulbos firmes, sadios e de bom calibre definem a produção atual, que está sendo estocada para a necessária cura dos mesmos. Os rendimentos médios dão de 12 toneladas por hectare, e a sinalização de bons preços deixa os produtores tranquilos e satisfeitos com a atividade.

Iniciou a colheita das variedades superprecoces de maçã, como Eva e Julieta, nos locais de clima mais quentes. Os frutos colhidos apresentam bom calibre e doçura e as plantas, bom desenvolvimento vegetativo e sanidade. Áreas atingidas pelo granizo ainda estão sendo avaliadas e manejadas para a mensuração dos níveis de danos, porém, a produção e a qualidade dos frutos serão afetadas. O preço médio recebido pelos fruticultores foi de R$ 1,25/Kg.

Criações
A ocorrência de chuvas esparsas na grande maioria dos municípios da Campanha amenizou os problemas provocados pela estiagem que, todavia, ainda se fazem presentes na região. Os solos continuam com pouca umidade, dificultando a implantação dos novos cultivos forrageiros de verão. A chuva, no entanto, recuperou parcialmente o campo nativo e as pastagens cultivadas já implantadas, que estavam com seu desenvolvimento reduzido devido à estiagem.

O preço médio do leite pago ao produtor manteve um comportamento estável no período. O produto continua sendo remunerado em média a R$ 0,60 o litro. O levantamento realizado nas principais regiões de produção leiteira só apurou queda no preço mínimo, que passou de R$ 0,56 para R$ 0,55 o litro. O máximo segue cotado a R$ 0,65 o litro. As condições climáticas da Campanha e parte da Zona Sul melhoram após a ocorrência de chuvas na região, mas o quadro ainda é de preocupação, uma vez que os volumes foram insuficientes para recuperar o déficit hídrico existente em muitas localidades.

Na Campanha e região Sul, o estado sanitário e corporal do rebanho continua sendo considerado bom, já que sabidamente o clima mais seco favorece o desenvolvimento do rebanho. O alto preço do cordeiro nestas regiões está provocando otimismo entre os produtores, que estão com boas expectativas de comercialização, neste período em que a carne ovina é mais valorizada pela aproximação das festas de final de ano. A cotação do cordeiro segue subido nos principais mercados. O produto teve seu preço médio reajustado de R$ 4,39 para R$ 4,48 o kg vivo, alta de 2,05%.

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