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Ciclone e frente fria no RS: veja o que esperar

A previsão do tempo para o Rio Grande do Sul nos próximos dias aponta mudanças significativas, incluindo a possibilidade de temporais isolados em diversas regiões, devido a um ciclone e frente fria juntos.

O Boletim Integrado Agrometeorológico 3/2025, elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), detalha as condições climáticas para os dias que seguem.

Sexta-feira e sábado: baixa pressão intensifica instabilidade

Na sexta-feira (17/1) e no sábado (18/1), a formação de um cavado — área alongada de baixa pressão — entre a Argentina e o Rio Grande do Sul intensifica a instabilidade climática.

Esse sistema gera uma frente fria associada a um ciclone extratropical, responsável por precipitações de intensidade fraca a moderada em boa parte do estado.

Além disso, a nebulosidade será maior, acompanhada de elevação das temperaturas ao longo desses dias.

Domingo: frente fria avança com chuvas moderadas e fortes

No domingo (19/1), a frente fria se deslocará pelo estado, trazendo chuvas moderadas a fortes nas regiões da Campanha, Serra Gaúcha e Campos de Cima da Serra.

Nas demais áreas, as precipitações devem ser mais brandas, variando entre fracas e moderadas.

Com o avanço da frente fria, as temperaturas começarão a cair no final da tarde, indicando o início de um período mais ameno.

Segunda-feira: ciclone reforça chuvas na faixa litorânea

Na segunda-feira (20/1), o fortalecimento do ciclone extratropical no oceano manterá áreas de instabilidade, provocando chuvas moderadas a fortes em regiões como Campos de Cima da Serra, Planalto e ao longo do litoral, entre as regiões Metropolitana e Sul.

Já nas áreas do Planalto, Norte e Metropolitana, a chuva será mais fraca. Durante o dia, as temperaturas continuarão mais amenas.

Terça e quarta-feira: estabilidade retorna com anticiclone

Na terça-feira (21/1) e na quarta-feira (22/1), a passagem da frente fria permitirá o retorno da estabilidade climática.

Um anticiclone migratório atuará no estado, trazendo temperaturas mais amenas, seguidas por uma gradual elevação nos dias seguintes.

Previsão de chuvas acumuladas para a próxima semana

Para a próxima semana, espera-se chuvas significativas em várias regiões. Os acumulados podem variar entre 20 mm e 100 mm em áreas próximas ao litoral e no centro do estado.

Na Região Metropolitana, Vale do Taquari e Serra, os volumes podem ultrapassar os 100 mm. Já nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha e Missões, a previsão é de acumulados entre 5 mm e 50 mm.

No extremo norte e sul, as precipitações podem oscilar entre 10 mm e 100 mm em alguns pontos.

Impactos no setor agrícola

O boletim também analisa o impacto das condições climáticas nas culturas agrícolas e na criação de animais, destacando os desafios e as estratégias de adaptação necessárias. Mais informações estão disponíveis em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.

Ciclone Extratropical: Tudo o que Você Precisa Saber Sobre Esse Fenômeno Meteorológico Poderoso

O que é um ciclone extratropical?

O ciclone extratropical é um fenômeno meteorológico de grande escala, caracterizado por fortes tempestades, ventos intensos e chuvas moderadas a torrenciais. Esses sistemas de baixa pressão atmosférica se formam em latitudes médias, desempenhando um papel crucial na circulação atmosférica global ao equilibrar a temperatura entre as regiões equatoriais e polares.

Diferente dos ciclones tropicais, os ciclones extratropicais obtêm energia de gradientes térmicos, ou seja, diferenças de temperatura e ponto de orvalho presentes em zonas chamadas baroclínicas. São classificados como sistemas de “núcleo frio” devido à forma como se desenvolvem.

Por que “extratropical”?

Os ciclones extratropicais recebem esse nome porque se formam fora das regiões tropicais e se originam de massas de ar não-tropicais. A rotação do sistema também varia conforme o hemisfério: no Hemisfério Norte, giram em sentido anti-horário, enquanto no Hemisfério Sul, o movimento é horário.

Esses ciclones podem ser chamados de várias formas, como ciclones de médias latitudes, depressões extratropicais, ciclones frontais ou até ciclones pós-tropicais, dependendo de sua localização e intensidade.

Impactos e perigos

Além de ventos fortes e chuvas intensas, ciclones extratropicais podem provocar marés de tempestade, que elevam o nível do mar e aumentam o risco de inundações. Em regiões costeiras, esses fenômenos são particularmente destrutivos, podendo causar danos comparáveis aos ciclones tropicais em casos extremos.

Embora sejam fenômenos comuns em zonas de instabilidade atmosférica, perdem força ao atingir o estado barotrópico, quando as diferenças de temperatura e pressão se estabilizam.

Curiosidades sobre ciclones extratropicais

  • No Hemisfério Norte, o ciclone extratropical gira em sentido anti-horário; no Hemisfério Sul, o movimento é horário.
  • Esses sistemas são essenciais para manter o equilíbrio climático global, conectando áreas quentes e frias.
  • Podem causar estragos significativos em regiões costeiras, especialmente quando associados a marés de tempestade.

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