Cidadania x negacionismo – Marília Gerhardt de Oliveira
CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira
27 – CIDADANIA x NEGACIONISMO
No Brasil, em Março de 2021, menos de 5% da população recebeu UMA dose de vacina (Covid-19) e menos de 2% da população recebeu DUAS doses.
Há pelo menos 6 meses, o Ministério da Saúde (sob inspiração expressa da Presidência da República) declara inúmeras dificuldades para COMPRAR vacinas (plural) e garantir um bom lugar na imensa fila mundial para receber as doses minimamente necessárias para vacinar brasileiros ainda em 2021 e reduzir os efeitos econômicos consequentes do mau gerenciamento da gravíssima crise sanitária.
Que o Governo Federal passe a se inspirar em bons exemplos de muitos governadores estaduais.
Incentive o uso de máscaras (e as use).
Condene aglomerações (e não as promova).
Reitere a importância do distanciamento social (e o pratique).
COMPRE VACINAS (e não mais postergue com argumentos pífios a assinatura emergencial de contratos para tal).
Chega de maus exemplos!
Que passemos a nos espelhar em quem governa seu povo com base na CIÊNCIA com respeito à VIDA. Seja de DIREITA como em Israel, seja de ESQUERDA como a Nova Zelândia.
O vírus não tem ideologia; simplesmente MATA!
Quem ousa apropriar-se da NOSSA (de TODAS e TODOS brasileiros) maravilhosa bandeira nacional para promover espetáculos dantescos contra medidas IMPERATIVAS e IMPORTANTES para conter danos do contágio maciço e trágico, DESRESPEITA a cidadania e a vida, as famílias dos quase 280 mil mortos, o pessoal (motoristas de ambulâncias, faxineiros de unidades hospitalares, pessoal administrativo da recepção de pacientes, enfermagem, fisioterapia, medicina e tantos outros profissionais diretamente envolvidos no atendimento de doentes e no enterro dos corpos).
Nossa homenagem àqueles que trabalham tele entrega de alimentos, medicamentos, itens de higiene e limpeza; àqueles que trabalham na produção de alimentos, no transporte de pessoas e cargas, no abastecimento de combustíveis e gás, nos consertos emergenciais (Borracheiros, eletricistas e, especialistas hidráulicos); aos lixeiros e aos recicladores.
Recomendo a leitura do livro MUNDO SEM FIM (2 volumes) de Ken Follet, onde a personagem Caris torna-se religiosa para escapar de morte infame tramada por pessoas de má índole e passa a implementar mudanças radicais na forma de lidar com doentes da Peste Negra, em oposição aos métodos apoiados pelos líderes religiosos da época.
Tratar doentes era tarefa masculina com uso de cataplasmas, emplastros e sangrias, sendo consenso que monges fossem Médicos competentes, capazes de realizar milagres, enquanto freiras deveriam apenas alimentá-los e recolher sujidades.
Incrivelmente, as roupas dos mortos da época eram doados a vizinhos e pobres (o que ampliava o grupo de contágio).
Mudanças de Paradigma foram impostos sob coordenação da personagem Caris desta obra ficcional, para, horror dos Negacionistas da época com o arejamento de ambientes, mesmo no inverno europeu, limpeza do chão e troca diária da palha sobre a qual deitavam os doentes no piso das igrejas.
Introduziu também o registro (hora a hora; dia a dia) do que se passava com cada paciente (como se fosse um Prontuário dos dias de hoje).
Preconizava enterros rápidos e com pouco contato com familiares e amigos (para evitar contágio).
Qualquer semelhança com episódios recentes pode vir a ser mera coincidência.
Para finalizar, quero expressar que não creio em teorias conspiratórias nem questões de gênero para a não nomeação da competente Médica indicada pelo atual presidente da Câmara de Deputados como nova Ministra da Saúde do Brasil, pois sempre haverá a hipótese da Ministra Damaris vir a aceitar mais este desafio e levar consigo uma goiabeira para o novo Ministério sob seu comando,OREMOS!
gerhardtoliveira@gmail.com