Cobrar pelo ensino público – Suely Braga
O congelamento das despesas primárias adotadas pelo Governo Federal e a asfixia financeira dos Estados vem sendo responsáveis pela grave crise de financiamento da educação a partir da escolha governamental, que não prestigia os programas sociais.
O plano do ensino superior se agudiza rapidamente com os problemas que atravessam atualmente as Universidades.
Em nosso país o estrangulamento da universidade pública vem acompanhado pelo crescimento vertiginoso do milionário negócio da rede privada de ensino superior. Tudo isso pela falta de verbas para a pesquisa científica nacional aplicáveis à ciência e tecnologia.
Vem a velha proposta: o pagamento de mensalidades para “aqueles que podem pagar”. Isto é inconstitucional. Há aí o interesse de acabar de vez com o caráter público e gratuito do ensino superior. A falta de acesso à educação superior acaba também comprometendo a eficiência econômica do país.
Para permitir que as pessoas saiam da pobreza é necessário investir na educação e, sobretudo, na educação superior. A adoção de um modelo de educação públicagratuita e universal, em que os filhos dos trabalhadores tenham as mesmas possibilidades de acesso à universidade é urgente. A implementação do sistema de cotas que abriu as universidades brasileiras aos mais pobres, provou que esse caminho é possível.
É claro que o acesso de todos os cidadãos com os mesmos direitos é o caminho para atingir a igualdade social e combater a tamanha desigualdade que assola o país. Assim o retorno social e econômico é garantido, porque só a educação promove o desenvolvimento de um país.
Conforme sempre disse nosso grande educador Paulo Freire: “a educação pode não mudar o mundo, mas muda as pessoas e são as pessoas que mudam o mundo”.