Coluna Cotidiano – Silma Terra
Quando recebi o convite para fazer parte do Litoral Mania o sentimento foi de grande emoção. Aqui estou, sou Silma Terra, bibliotecária, comunicadora, YouTuber e o que amo acima de tudo, é ser palestrante motivacional.
Na coluna iremos falar sobre os temas do dia a dia, dessa viagem deliciosa que é viver. Não é a toa que escolhi esta data para iniciar, Dia Internacional da Mulher, que estendemos a todo mês de março.
Mulher, que esta data seja o avivamento na vida de todas. Mas vamos lembrar onde tudo começou.
“ Na década de 60, o 8 de Março foi sendo constantemente escolhido como o dia comemorativo da mulher e se consagrou nas décadas seguintes. Certamente esta escolha não ocorreu em conseqüência do incêndio na Triangle, embora este fato tenha se somado à sucessão de enormes problemas das trabalhadoras em seus locais de trabalho, na vida sindical e nas perseguições decorrentes de justas reivindicações” diz Eva Alterman Play em seu artigo 8 de março: conquistas e controvérsias
Muito além dos bombons, flores, abraços carinhosos, jantares românticos a luta na sua origem foi marcada por fortes movimentos de reivindicação política, trabalhista, greves, passeatas e muita perseguição policial. É uma data que simboliza a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas mas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher, ratifica Eva Alterman Play.
Vou levar o tema meio que de forma lúdica, apesar do tema sê-lo e ter uma realidade na maioria da vezes cruel. Trazendo pra mim, eu fiz um caminho inverso da maioria das pessoas e essencialmente das mulheres. Após divorciar-me e curar um câncer de mama, fui viver o que eu deveria ter feito há 40 anos. Na época não tive coragem ou competência para buscar o que já sabia que queria ser: jornalista.
Antes, fui mãe, esposa, trabalhadora para ajudar no custeio do lar e uma vida digamos normal. A insatisfação que era anormal, não que não amasse minha família, mas no meu peito corroia essa sensação de nada construir.
Nós mulheres vivemos em ebulição, vivemos num antagonismo, se for reto nós criamos curvas, trocamos o horário comercial pelas madrugadas, aquele caminho que parece ser o perfeito, trocamos por novas descobertas. Isso acontece muito comigo, somos tachadas de loucas, irracionais; não. Somos seres efervescentes, que sendo imprevisíveis e imperfeitas somos maravilhosas. Somos mães, empresárias, trabalhadoras, protagonistas de nossa história. Sabemos que muito foi alcançado, avançamos muito, mas enquanto precisarmos lembrar que não é não, que olhos lindos não são apenas os verdes e azuis, que não pesar 50 kilos e não ter cabelos longos não há sedução, vemos que a caminhada é longa.
Sororidade é a palavra, mulher apoiando mulher, sem julgamento e somente com este raciocínio conseguiremos cada vez mais sermos vozes ativas. Nem à frente, nem atrás, mas o andar lado a lado, homens e mulheres em todos os sentidos e setores da sociedade.
#teatirapravida
Silma Terra
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Fonte –https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2001000200016