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Com partos suspensos em Osório, gestantes devem procurar atendimento em Tramandaí e Capão da Canoa

ghrtCom uma dívida estimada em cerca de R$ 700 mil para serviços médicos, o Hospital Beneficente São Vicente de Paulo, decidiu suspender cirurgias e partos, por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira, em Osório. A orientação do Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul), é de que gestantes procurem atendimento em Tramandaí e Capão da Canoa.

Para cirurgias, cada caso será analisado, dependendo da complexidade do procedimento.

A Suspensão dos partos e cirurgias, ocorre poucas semanas após o Simers constatar condições insalubres em emergência improvisada do hospital da cidade.

SIMERS constata condições insalubres em Emergência improvisada em Osório

Passado um ano desde o incêndio que atingiu o Hospital São Vicente de Paulo, o único da cidade de Osório e que atende toda a região, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul constatou que o setor de Emergência segue funcionando no Posto de Saúde Dr. Flávio Silveira, de forma precária. Sem a infraestrutura adequada, a Emergência improvisada põe à prova a saúde de pacientes, médicos e demais funcionários, situação que se agrava com a aproximação do inverno.

Às 15h do dia 21/05, enquanto dezenas de pacientes aguardavam na fila – inclusive uma criança de 4 anos, cujos pais relatavam estar há mais de seis horas na espera –, haviam apenas dois médicos para realizar todos os atendimentos. Um deles relatou que estava trabalhando desde a madrugada, debilitado por um resfriado, pois não haveria substituto para o plantão.

Dezenas de pacientes aguardavam atendimento de Emergência no Posto de Osório.
Dezenas de pacientes aguardavam atendimento de Emergência no Posto de Osório.

“Vimos situações terríveis, difíceis tanto para os médicos quanto para os pacientes. Há um grande acúmulo de demanda e más condições de trabalho, com muita sobrecarga. A deficiência é de tudo, inclusive de condições de higiene”, aponta o médico André Gonzáles, diretor do Simers. Dentro da área de atendimento, foram constatados condicionadores de ar danificados, paredes e colchões mofados pelo excesso de umidade e armários com materiais hospitalares completamente enferrujados, compondo um cenário desolador.

Sem área de repouso, os plantonistas dormem em colchões colocados no chão de uma pequena sala, um deles encostado numa parede tomada por marcas de umidade. No colchão, é visível a marcação como patrimônio do Hospital São Vicente. Na copa, uma pia com cuba dupla serve para a lavagem de louça pessoal dos funcionários em um lado e, no outro, é lavado material hospitalar.

O curioso é constatar que a Secretaria da Saúde e a Vigilância Sanitária municipais funcionam no andar acima. “Basta descer as escadas e ver as condições de trabalho a que estão submetidos esses profissionais”, ironizou o dirigente, informando que o Sindicato notificará as vigilâncias de Osório e do Estado e o Ministério Público do Trabalho quanto à insalubridade no local.

O secretário substituto da Saúde, Márcio Rolim, admitiu a precariedade, e disse que o hospital da cidade passa por grave crise financeira, e que a situação ainda pode ser agravada em caso de paralisação dos profissionais de saúde. A maior parte dos médicos da Emergência atua como Pessoa Jurídica e os salários têm sido pagos com atraso. O pagamento de abril ainda não havia sido feito. “Não escapa de uma calamidade”, alertou o secretário.

Apesar da crise, o Simers encontrou o Hospital São Vicente aparentemente em bom estado. A ampla área da Emergência, ainda vazia, contrasta com a superlotação flagrada no Posto central. Nesta semana, teriam sido instalados os canos subterrâneos por onde passará a fiação elétrica, parte mais danificada e a causadora do incêndio. A rede também fornecerá energia para o prédio da Pediatria e o novo auditório. O Sindicato seguirá fiscalizando. “Já estivemos várias vezes lá e voltaremos quantas vezes mais forem necessárias, e convidamos o MP a ir conosco”, disse Gonzáles.

Litoralmania e Simers

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