Comércio ilegal de tubarões desencadeia uma operação de grande impacto ambiental no Rio Grande do Sul.
Na manhã desta quinta-feira (12), o Comando Ambiental da Brigada Militar deflagrou uma ação que resultou na prisão em flagrante de oito pessoas e na apreensão de três toneladas de pescado ilegal.
O flagrante ocorreu em uma residência no bairro Santa Rita, em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Entre as espécies encontradas estavam tubarões-martelo, cação-anjo, raia-viola e um tipo de bagre, todos animais ameaçados de extinção e com pesca terminantemente proibida no Brasil.
A maioria dos exemplares recolhidos pertence à classe dos elasmobrânquios — grupo que inclui tubarões e raias — cuja comercialização é considerada crime ambiental gravíssimo.
Comércio ilegal de tubarões no RS era disfarçado em operação clandestina
As investigações indicam que os animais eram pescados na costa marítima da cidade de Rio Grande, no Litoral Sul do Estado, e levados até Guaíba, onde passavam por um processamento completamente irregular e insalubre.
A residência funcionava como ponto clandestino, sem qualquer estrutura sanitária adequada.
Os peixes eram cortados e limpos sobre mesas comuns ao ar livre, armazenados apenas em caixas com gelo, sem uso de câmaras frias ou equipamentos apropriados.
Segundo a Brigada Militar, o pescado seria distribuído para peixarias, mercados e restaurantes, chegando possivelmente à mesa de consumidores sem qualquer controle de origem ou qualidade.
Pelo menos duas das oito pessoas presas são apontadas como as principais articuladoras do esquema criminoso.
Esquema de pesca ilegal no RS é investigado por danos à biodiversidade
A ação contou com apoio do Departamento de Biodiversidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que alertou para os riscos ecológicos causados pela captura de espécies ameaçadas.
O caso agora está sob responsabilidade da Delegacia do Meio Ambiente, que dará continuidade à apuração e poderá expandir as investigações para outros municípios.
A prática ilegal de pesca e comércio de animais marinhos em risco de extinção configura crime ambiental com previsão de reclusão, além de multas e sanções administrativas.
A repressão a esse tipo de crime tem sido intensificada no Estado, diante do aumento de denúncias envolvendo a captura indiscriminada de espécies protegidas.