Como lidar com as frustrações – Silma Terra
Como lidar com as frustrações.
Objetivos não alcançados, viver com a frustração, quem de nós não?
É nato ao ser humano ter objetivos a alcançar como força motriz para dar sentido à sua vida. Não falo somente de grandes planos e metas, mas o simples acordar todos os dias. Precisamos desse impulso imaginário para levantar da cama e reagir com felicidade a mais um dia. Como sempre digo, #teatirapravida.
Frustrações, melhor do que enfrentá-las seria que elas jamais existissem. Mas a vida não é assim e seria uma grande utopia pensar em algo diferente. Desde criança somos obrigados a buscar metas. Nascemos, crescemos, aprendemos a caminhar, cair, levantar, falar. Na escola as cobranças aumentam. Não podemos decepcionar nossos pais. Chegamos à idade das escolhas, o que serei quando crescer?
Eu defini que seria jornalista aos 16 anos. Naquela época, no entanto, não existia faculdade de jornalismo em Osório. Segui o rumo da vida, casei, tive filhos, mas nunca abandonei o desejo de ter um curso superior. Quando decidi ir atrás deste sonho, por duas vezes as minhas tentativas foram frustrantes, tanto para o curso de Letras quanto para a faculdade de jornalismo na Unisinos. Da última vez, como estava saindo do tratamento do câncer de mama, a viagem mais os custos não eram suportados.
Só me restava desistir, correto? Jamais! Nesta caminhada incrível que é a minha vida, não alcancei a meta, mas o objetivo foi plenamente cumprido. Eu queria cursar a faculdade de jornalismo na juventude, não fiz, mas consegui com muito orgulho entrar aos 52 anos na Universidade Federal de Santa Catarina. Formei-me bibliotecária em um curso brilhante, que reforçou a minha paixão pela escrita. E por caminhos paralelos atingi o meu objetivo de me tornar uma comunicadora de rádio e televisão. Entrevistei inúmeras pessoas, elaborei diversas reportagens, contei histórias – e que belas histórias! A caminhada na sua concretude existiu e tenho muito orgulho dela. Mas foi necessário traçar novos caminhos e buscar outras formas de conhecimento que fizessem que eu me tornasse locutora, mestre de cerimônias e trabalhasse muito com a minha voz, o que me dá um enorme prazer. O objetivo, aahhhh! Esse foi de longe alcançado e superou todas as minhas expectativas. Custei a entender isso, mas hoje sei apreciar muito mais tudo que conquistei e que constitui a minha memória social.
Hoje sei que o caminho para atingir um objetivo não é linear. Precisamos ter muito foco e determinação para não sucumbir às frustrações. Elas são inevitáveis! É necessário ter a plena consciência das nossas capacidades, organização de ideias e planejamento. Quando fiz a escolha para o vestibular na UFSC ponderei várias situações. Primeiro, o curso teria que ser noturno, pois precisava trabalhar. O jornalismo na UFSC é diurno. Segundo, teria que envolver algo que gosto, como lidar com a leitura e escrita. Biblioteconomia, portanto, daria esse retorno. Terceiro, aos 52 anos não tinha tempo a perder com escolhas erradas. Redirecionei a rota. Que sábia decisão! Entrei na universidade, formei-me aos 56 anos e tenho muito orgulho disso.
Na busca dos objetivos há de se ter o limite entre o que é factível realizar e o que já beira teimosia. Insistir em algo apenas por orgulho certamente aumentará a frustração. Tudo é mutável. Se o seu plano não aconteceu como planejado, STOP! Faz-se necessário saber a hora de parar e redirecionar a rota. Eu sei que é difícil enxergar o céu quando estamos no olho do furacão que nos deixa desnorteados. Porém, é preciso saber lidar com o revés, entender quando não é possível mais seguir adiante e encarar de frente a tristeza pelo objetivo não alcançado. Também é preciso lamber as feridas, erguer a cabeça, estabelecer uma nova rota rumo ao seu propósito e seguir adiante. Saia do autoflagelo. Pare com a autocrítica. Assuma que você é passível de erros, olhe para si com compreensão. O que você diria a um amigo que passa por uma frustração? Você ajudaria a desmotivá-lo apontaria erros, chamaria de fracassado? Provavelmente não. Então, seja amigo de você mesmo e não se puna.
Quando entrei para a cirurgia do câncer de mama, minha grande preocupação, confesso, era a possibilidade de perder minha mama, não sabia como ficaria. Blindei-me de qualquer sofrimento e entendi que, mesmo se sobrasse apenas parte da mama ou que a perdesse totalmente, o mais importante era extirpar o câncer de dentro de mim e VIVER!!!. Assim, ainda entorpecida da anestesia uma enfermeira abriu o meu jaleco e disse ‘Você não perdeu a mama. Ela está aqui ‘,
Diante de importantes decisões, busque um tempo para analisar todos os ângulos e traçar as melhores estratégias para ter o seu objetivo alcançado. Não há delícia maior do que sonhar e alcançar os nossos sonhos, mas vamos trilhar com sabedoria este caminho. Estipular metas é fundamental, assim como respeitar a nossa evolução. Jamais devemos querer chegar a general sem ser sargento, ou ao doutorado sem nem passar pela universidade. É essencial medir a possibilidade de realização das etapas e o tempo para isso, ou até mesmo se ainda é o que desejamos.
Evite cair em armadilhas e construir castelos de areia. O provável é que você acabará muito frustrado. Aprenda com a situação, estude o que pode ser feito, evolua com os seus erros, siga sempre em frente. Diante de um fracasso, busque o aprendizado e, consequentemente, o seu crescimento. Não seja escravo do que não deu certo. Seja antifrágil. Ganhe força em um momento desfavorável e continue rumo aos seus sonhos. Não importa quantas vezes você caia ao longo do trajeto, o fundamental é levantar e recomeçar a jornada, pois uma hora o seu objetivo será alcançado. E é isso que dá sentido à nossa vida.
#teatirapravida
Silma Terra
Palestrante Motivacional, comunicadora de rádio e televisão, Youtuber e Bibliotecária de formação.
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