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Consumo de cocaína aumenta na Europa e na América do Sul

O consumo de cocaína vem aumentando na Europa e em alguns países da América do Sul e diminuindo nos Estados Unidos. A constatação é do Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (Unodc, na sigla em inglês), no Relatório Mundial sobre Drogas 2010. Na Europa, o número de usuários passou de 2 milhões em 1998 para 4,1 milhões em 2008. Já nos Estados Unidos, de 1982 a 2008, o total de consumidores caiu praticametne pela metade, de 10,5 milhões para 5,3 milhões.

Segundo o relatório, aumentos de consumo na América do Sul foram registrados na Venezuela, na Argentina, no Uruguai e no Brasil, sendo que os dados brasileiros são de 2005. O consumo de cocaína na América do Sul é de 0,9% a 1% da população entre 15 e 64 anos, índice comparável ao observado na Europa. O Brasil e a Argentina são os maiores mercados de cocaína na América do Sul em termos absolutos – mais de 900 mil e 600 mil usuários, respectivamente.

O secretário nacional de Política Sobre Drogas, Paulo Roberto Uchôa, destacou que os dados do relatório não são uma surpresa para as autoridades brasileiras. “Não há qualquer dado que nos deixe em estado de alerta nacional. O problema é mundial. Existem dezenas de países com situação pior que a nossa”.

Ele admitiu, no entanto, que a posição geográfica do Brasil é um diferencial em relação aos demais países no sentido de facilitar a entrada da droga no território brasileiro. “O Brasil é o o único país que tem fronteira com os três maiores produtores de coca do mundo: Venezuela, Bolívia e Peru e com o segundo maior [produtor] de maconha, o Paraguai. São 9 mil quilômetros de fronteira contínua com os quatro países”, destacou.

O relatório mostrou também que a maconha continua sendo a droga mais produzida e consumida no mundo, apesar da redução constatada nos Estados Unidos e em parte da Europa, principais mercados da droga. A maconha é cultivada em quase todos os países do mundo e consumida por aproximadamente 190 milhões de pessoas, pelo menos uma vez ao ano.

O representante regional do Unodc, Bo Mathiasen, questionou a defesa feita por alguns grupos internacionais de liberalizar a maconha. Segundo ele, a potência da THC (tetrahidrocanabinol), substância química fabricada pela própria planta responsável pelos efeitos da maconha, tem aumentado ao longo dos anos. “Houve um aumento da potência da droga de 1985 para 2008, em função das modificações genéticas sofridas pela planta”, afirmou.

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