Colunistas

Copa do Mundo

Nada mais clichê do que falar em Copa do Mundo nesse momento! Peço desculpas pela falta de criatividade, mas sou homem e amante da melhor contribuição inglesa de todos os tempos, o futebol. Esse esporte conquistou o mundo e tornou-se patrimônio da humanidade. Não é à toa que este evento maravilhoso, não só mexe com as emoções de todo mundo, como movimenta milhões de dólares com publicidade, turismo, investimentos. E em breve teremos o privilégio de receber pessoas do mundo todo e apresentar a beleza do nosso país, mostrar que sabemos organizar um evento deste porte e, quem sabe, sermos campeões do mundo em casa!

Bom, mas para quem não sabe, a competição foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, quando este foi presidente da Fifa; logo eles uma das seleções mais odiadas por nós brasileiros. De lá para cá tivemos 18 edições e sete diferentes campeões. Como é sabido de todos, somos referência quando o assunto é futebol. Não só pelos cinco títulos mundiais, mas também pelo bom futebol apresentado. Todos param para assistir ao Brasil. Todos tremem quando têm que enfrentar o Brasil. A mística da “amarelinha” de fato mexe e impõe respeito aos adversários. Enfim, isso mexe com nossos sentimentos, emoções, nos torna patriotas. Temos enormes diferenças e nos unimos em um único canto. Afinal, com brasileiro não há quem possa! Como diria o folclórico narrador Galvão Bueno: “haja coração”.

Mas, para quem não sabe, a Copa do Mundo também mexe com a nossa Bolsa! Afinal de contas a bolsa nada mais é do que uma grande feira onde compradores e vendedores se encontram para realizarem trocas. Quase sempre esses compradores e vendedores são muito afetados pelas suas emoções e crenças a respeito do futuro e do mundo que os cerca. Sendo assim, vale sim ficar de olho nos jogos da Copa do Mundo.

A bolsa, assim como o futebol, é uma caixinha de surpresas. Às vezes temos todos os motivos para acreditar que esta deve subir e o que acontece? Ela cai! Em geral acreditamos que os movimentos de ciclos econômicos explicam suas oscilações mais gerais. Esta semana, depois dos trancos e barrancos, tivemos um final mais tranquilo com a melhora do sentimento no exterior. O ambiente permanece instável, com a crise na Europa permeando o cenário econômico e a cautela dando o ritmo dos negócios. O mercado parece ainda atuar com três volantes no meio de campo, algo tipo a seleção do Dunga. A semana foi tipo o futebol de resultado da nossa seleção: não empolgou, mas funcionou.

Essa semana, tivemos uma série de indicadores bastante importantes: primeiramente o PIB brasileiro se expandindo em ritmo muito forte: foram 9% na comparação com o primeiro trimestre de 2009; tivemos dados fortes da China; vimos o Copom elevando mais uma vez a taxa de juros, conforme o mercado esperava; o Banco Central Europeu mantendo a sua taxa de juros inalterada. Enfim, uma semana mais normal, sem vulcões, guerras, anúncios defaults ou de pacotes de socorro a países endividados. Afinal de contas teremos fortes emoções daqui para frente, a Copa do Mundo!

Acredito que nossa Bolsa tem muitos motivos para andar. A crise na Europa é séria, em geral temos alguns países indo relativamente bem como Alemanha e França e outros mal como Espanha e Grécia, Portugal, entre outros. No geral, acredito que deve ser um continente zero a zero por uns bons anos, algo tipo o Japão na década de 90. Mas nem por isso, como foi nos anos 90, o mundo deixará de crescer. Naquela década os EUA foram a locomotiva, agora serão os emergentes a locomotiva com foco em Brasil, Índia, China e África. Em geral, vemos como algo consensual que as perspectivas para o Brasil continuam muito boas. Obviamente que existem riscos e desafios pela frente, mas acredito que existem muitas empresas no país que vão se beneficiar muito desse cenário e a maneira mais simples para a população brasileira pegar carona nisso é sendo sócia dessas empresas.

Então eu faço um convite: vamos investir em Bolsa e torcer para nossas empresas! Acredito no futebol de resultado do Dunga, mas essa seleção gera bem mais desconfiança que o mercado!

Comentários

Comentários