Corpus Christi – Por Dom Jaime Pedro Kohl
A Solenidade de Corpus Christi nos leva a algumas reflexões importantes para as nossas comunidades cristãs.
Vivemos numa sociedade que parece esquecer certos valores fundamentais para uma convivência sadia e construtiva. Basta olharmos a nossa volta para perceber como muitas pessoas estão dominadas pelo materialismo, hedonismo, sede de poder. O imediatismo impera por todos os lados.
Ser cristão, hoje, precisa maturidade de fé, espírito de perseverança e contar com a graça de Deus para não embarcar na mentalidade corrente. Alimentar sua fé na dúplice fonte: Palavra de Deus e Eucaristia.
Pela Palavra, Deus revela seu amor, mostra o caminho a seguir, orienta, dá força e conforta. “Nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus, vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala”.
Na Eucaristia dá-nos seu filho amado como alimento para as nossas fraquezas, como remédio para nossos males espirituais. Por isso o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.
No que se refere à Palavra de Deus, é oportuno lembrar que a leitura diária da Sagrada Escritura, a reflexão e a oração fundamentadas nos textos bíblicos, contribuem para o fortalecimento da fé e conduz à santidade de vida.
A missa dominical, tão pouco valorizada pelo mundo moderno, é o encontro semanal da comunidade de fé para oferecer “por Cristo, com Cristo e em Cristo” o sacrifício perfeito ao Pai, que quer todos os seus filhos vivendo em fraternidade, partilhando o pão e a vida por meio da construção de uma sociedade de justiça e paz para todos.
Para ser discípulo missionário de Jesus é necessário conhecer, amar e praticar a Palavra de Deus, participar com muita fé da Eucaristia, fonte e alimento da comunhão de todos os que fazem parte da comunidade paroquial.
O caminhar com ele pelas ruas da cidade é manifestação de nossa gratidão por tão grande dadiva e do nosso propósito de segui-lo como nosso Mestre e Senhor.
Para quem resiste em acreditar na presença real de Cristo nos sinais do pão e do vinho consagrados, baste o exemplo da mula faminta de Santo Antônio que ao investe de cair sobre o feno posto diante dela para matar sua fome, se prostra à Hóstia Santa que o santo carrega.
As vezes os animais – tidos como ignorantes – surpreendem os humanos!
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – domjaimep@terra.com.br