Crianças abandonas vs bebês reborn – Erner Machado

CRIANÇAS ABANDONADAS VS BEBÊS REBORN  (Da Série me metendo em briga de Cachorro Grande)  A realidade de crianças abandonadas é um tema doloroso e complexo que requer atenção e empatia….

CRIANÇAS ABANDONADAS VS BEBÊS REBORN

 (Da Série me metendo em briga de Cachorro Grande)

 A realidade de crianças abandonadas é um tema doloroso e complexo que requer atenção e empatia.

Em quase todas as partes do Brasil e do mundo, milhares de crianças vivem em instituições, orfanatos ou nas ruas, sem o aconchego de um lar ou a segurança de uma família.

 Elas enfrentam dificuldades emocionais, físicas e sociais, muitas vezes lutando para obter necessidades básicas como alimentação, saúde e educação.

Além disso, as situações de abandono a que estão expostas estas crianças, podem gerar traumas profundos, afetando seu desenvolvimento e suas futuras interações sociais.

Os processos que permitem a adoção são burocráticos e demorados e, além disto, pode-se contar nos dedos as pessoas que se dispõem a adotarem e assumirem o papel de pai ou de mãe, de uma criança em estado de abandono.

Paradoxalmente a esta dura e cruel realidade aparece, agora, em nosso país a febre dos bebês “Reborn” — bonecos realistas que imitam a aparência de um recém-nascido e  que despertam necessidade de apego emocional e a necessidade de cuidado por parte de adultos- homem e mulheres- que sofrem de patologias emocionais em razão de não poderem serem pais e mães de crianças de verdade…

Sobre a aceitação, do mercado, para esta nova forma de empreendimento o “google” informa que uma servidora pública do interior de Mato Grosso, abandonou o emprego e mudou-se para São Paulo, onde dedica-se a fabricar, primorosamente, os Bebês “Reborn” e que, com esta nova atividade, já faturou, em um mês o valor equivalente a R$ 45.000,00.

Muitas pessoas, especialmente adultos, para resolver suas angústias, mencionadas, anteriormente, encontram consolo e alegria ao cuidar desses bonecos, tratando-os como verdadeiros bebês humanos.

Essa prática pode servir como uma forma de terapia, proporcionando um espaço onde se pode vivenciar o carinho e a responsabilidade materna ou paterna, sem as complicações e responsabilidades que envolvem a criação de uma criança, de verdade, a qual deve receber carinho, educação bem como cuidados especiais e permanentes.

Já, o bebê “Rebord”, uma vez sanadas as necessidades ou as angústias que motivaram a sua aquisição, pode ser, simplesmente, descartado ou guardado em uma gaveta e nunca mais ser lembrado.

Embora esses dois mundos possam parecer distantes, existe uma conexão que não pode ser ignorada.

A atenção e o carinho dedicados aos bebês “Reborn” podem ser vistos como um reflexo da necessidade humana de se conectar e apoiar o outro, um instinto que, se bem direcionado, poderia ser aplicado para ajudar crianças abandonadas.

 Ao mesmo tempo, a popularidade dos bebês “Reborn” pode suscitar reflexões sobre o que significa ser pai ou mãe, e a profundidade do amor e cuidado que uma criança real, abandonada ,tanto carece.

Enquanto alguns encontram uma forma de lidar com sua solidão ou tristeza através dos bebês “Reborn”, é crucial lembrar que existem crianças reais em situações extremamente vulneráveis, clamando por atenção e amor.

A crescente tendência dos “Reborn” poderia servir como um catalisador para despertar a compaixão e a ação em relação aos que mais necessitam, incentivando a adoção, o apadrinhamento e o voluntariado perante instituições que cuidam de crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade, em todos os aspectos.

Em síntese, ao apreciar a febre dos bebês “Reborn” não devemos nos esquecer de olhar para a realidade que está além do plástico e do silicone — uma realidade que exige um olhar mais atento e, principalmente, um coração amoroso a disposto a fazer a diferença na vida de crianças esquecidas e sofredoras que se encontram em abrigos ou nos piores casos, de dia e de noite, maltrapilhas e famintas, povoando, com suas dores e seus pequenos e miseráveis corpos, as ruas de todas as cidades do Brasil.

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Não tem lar, não tem roupas e não tem comidas e na adolescência, com certeza, serão recrutadas para comporem o exército do crime e, no exercício dos delitos coletivos ou individuais, serão mortos pelas balas da Polícia ou por seus próprios companheiros em embates por disputa de território ou  em algum acerto de contas…

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