Criminosos se passam por policiais e ameaçam indígenas no Litoral Norte (vídeo)
Quatro homens armados invadiram o território mbya guarani Tekóa Yy Purá, no município de Terra de Areia.
Com coletes à prova de balas e se passando por policiais, intimidaram os indígenas que faziam uma roda de conversa no momento da invasão.
Após revirarem as casas, os homens disseram que os indígenas deveriam liberar a área no dia seguinte.
Este foi um dos ataques que aconteceram as populações mbya guaranis.
A situação faz parte de um aumento de ofensivas contra os povos e seus territórios.
Veja depoimento do Cacique Leonardo, dado aos Amigos da Terra/Brasil (NAT/Brasil), organização de proteção do meio ambiente e à promoção do desenvolvimento com sustentabilidade e justiça social.
Ataques
Os guaranis desceram de Torres e retomaram, no dia 25 de maio de 2018, às sete da noite, a área da Fepagro, no município de Terra de Areia, à beira da Lagoa Itapeva. Reconheceram o território. Entraram na mata para buscar lenha.
Na volta de uma grande fogueira, fizeram o primeiro papo onde se pretendia nova aldeia, hoje Tekoa Yy Rupá (Aldeia olho D’água).
Segundo o Cacique Karaí Tatanhandy (ou Leonardo Barbosa), perguntaram a todas e todos, inclusive às crianças, como estavam se sentindo. Estavam todos bem na nova terra.
Sentimento que, segundo Leonardo, além de o fazer ter orgulho das famílias que estão ali com a dele, o faz alimentar a coragem para se manter firme. No terceiro dia de retomada, foram intimidados por homens armados, que os mandaram ir embora. Os guaranis permaneceram. Quase um ano e meio depois, um segundo ataque.
Depois destes, algumas famílias foram embora por medo. Ao ser questionado se tem medo, o cacique Leonardo responde que não.
“Porque não estamos sozinho, pensam que estamos sozinho, mas Nhãnderu está sempre com a gente, nos protegendo”.