Modo de fazer cuca vira patrimônio imaterial do RS
Receita tradicional chegou ao Estado no século 19 com os imigrantes alemães - Foto: Larissa Marques Mausa
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Modo de fazer cuca vira patrimônio imaterial do RS

Cuca vira patrimônio imaterial do RS: Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul agora tem um novo sabor e símbolo de identidade: o modo artesanal de fazer cuca, tradicionalmente cultivado no município de Rolante, foi oficialmente reconhecido como bem cultural imaterial do Estado.

A confirmação veio após décadas de dedicação à preservação dessa prática culinária que atravessa gerações, sustentada por famílias locais e valorizada por eventos típicos como a Kuchenfest.

O processo que culminou no reconhecimento iniciou-se ainda em 1997, quando a Associação dos Amigos do Museu Histórico de Rolante e o Departamento de Cultura da Prefeitura, com apoio da Associação de Cuqueiros e Cuqueiras de Rolante (Ascur), deram início à patrimonialização do modo de preparo da iguaria.

Com apoio técnico da Emater/RS-Ascar, foi elaborado um diagnóstico cultural para identificar elementos de identidade local, sendo a cuca artesanal eleita como símbolo da cidade.

Segundo a extensionista rural social da Emater, Janelise Wastowski, o reconhecimento estadual é um marco para a valorização da cultura alimentar e da memória regional. “Estamos muito orgulhosos, pois preservar a identidade cultural é de suma importância.

As cuqueiras e os cuqueiros são os verdadeiros detentores desse saber ancestral. Ter o modo de fazer cuca registrado como Patrimônio Cultural Imaterial é garantir que essa tradição continue viva e pulsante”, destacou ela.

A receita da cuca, doce de origem alemã trazido pelos imigrantes no século 19, passou por adaptações ao longo do tempo, incorporando ingredientes típicos da região e influências de outras culturas.

Ainda assim, manteve sua essência, transmitida por meio de gerações nas cozinhas familiares.

Cada forno aceso em Rolante carrega memórias, sabores e histórias que transformam a simplicidade da receita em expressão de identidade.

A Kuchenfest, evento que celebra essa tradição, é um dos maiores orgulhos do município, atraindo visitantes de todo o Estado para conhecer, provar e celebrar a cuca artesanal feita com afeto, técnica e ingredientes selecionados.

A festa é mais do que um encontro gastronômico: é um manifesto de pertencimento, onde o modo de fazer cuca assume seu papel como elo entre passado, presente e futuro.

O reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial foi realizado pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial, vinculada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).

Cuca vira patrimônio imaterial do RS

A oficialização desse registro representa não apenas o valor da tradição em si, mas também o fortalecimento do turismo cultural e gastronômico na região do Vale do Paranhana.

A cuca artesanal, com suas variações de recheios e coberturas que vão do tradicional streusel de farofa doce a combinações com frutas e cremes, deixou de ser apenas um doce típico para tornar-se símbolo de resistência cultural e de valorização das raízes germânicas no Rio Grande do Sul.

Em Rolante, a tradição da cuca é um verdadeiro tesouro – e agora, com o registro oficial, é também um bem protegido para as futuras gerações.

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Cuca vira patrimônio imaterial do RS
Receita tradicional chegou ao Estado no século 19 com os imigrantes alemães – Foto: Larissa Marques Mausa

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