Deixe Cristo virar razão em você – Erica Matos
Não gosto de começar textos com perguntas, mas lá vai: Porque passam-se os anos e entram novos e ainda assim vemos a Igreja de Jesus caminhando da mesma forma, sem causar notória transformação no contexto e/ou lugar físico em que está inserida? E mais, porque eu ainda sou parte de algo que não tem revolucionado um mundo corrupto e desigual?
Àqueles que de alguma forma responderiam esta pergunta com inúmeros motivos, vou descrever um durante esse texto que têm profundamente abatido a minha alma. E, àqueles que se quer concordam com essas perguntas, você precisa ler mais a bíblia e discernir que se a Igreja estivesse realmente cumprindo o seu papel nesta Terra, o mundo não estaria essa bagunça toda.
Bem, tenho pensado, questionado, estudado muito sobre o que nos move, nos impulsiona a fazer determinadas coisas. E um dos objetos de pesquisa têm sido as reuniões na Igreja. Temos dois extremos em nossas reuniões: 1. Reuniões frias em que nem se chovesse maná do céus, as pessoas se moveriam para juntar. Reuniões tão frias que o iceberg que afundou o Titanic morreria de inveja e, 2. Reuniões na base de emoção, em que você simpatiza com as músicas cantadas, a mensagem motivacional pregada e o apelo final em que você é cercado por manifestações de dança e gritos de Aleluia.
Ok. Já adianto que não sou contra manifestações e expressões de louvor e rendição, acho bonito até (algumas). O problema disso tudo é o que todos nós já sabemos: a segunda-feira, ou a terça, a quarta, a quinta-feira… Tudo permanece da mesma forma. Movidos pela emoção do momento, o que não é ruim, porque a emoção revela a verdade, gera algo genuíno e marca a gente, mas só a emoção não causa nenhum impacto nas atitudes diárias e práticas e, se causar, tem prazo de validade.
Quando penso que emoção e razão são o equilíbrio perfeito, penso que falta em nossas Igrejas, em nós, este equilíbrio. Falta ofertarmos diariamente o nosso culto racional descrito por Paulo em Romanos. Deixar de enxergar Cristo como aquele cara simpático que me emociona pelo seu amor, pelo seu cuidado, que me inspira, me motiva e trazer Cristo para o meu lado racional, onde Ele faz morada em mim 7 dias por semana e 24 horas por dia. Na hora boa e na hora ruim. Fazer com que Cristo habite na minha razão e mais do que isso, seja a minha razão, meu motivo de não só querer e simpatizar com a ideia de viver pra ele, mas partir pra ação, pra prática. Buscar conhecê-lo, seu coração, as coisas que Ele rejeitou e que Ele amou e assim viver.
É difícil, colega, eu sei. Mas o dia em que a Igreja não se mover só e unicamente pela emoção, ela será como uma bomba de amor gigante que vai explodir a injustiça e a corrupção no mundo. Oremos por uma Igreja espiritual, racional e praticante.
“Portanto, com a ajuda de Deus, quero que vocês façam o seguinte: entreguem a vida cotidiana – dormir, comer, trabalhar, passear – a Deus como se fosse uma oferta.” – Versão Bíblia A mensagem, Romanos 12:1.
Erica Matos é membra e responsável pela Comunicação na IBFO.