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Demarcações das áreas de pesca e surf seguem gerando polêmica em Imbé

As demarcações das áreas de pesca e surf no município de Imbé seguem gerando polêmica. Na sessão da Câmara de Vereadores da última segunda-feira (29) o projeto de lei 27/2011, que trata das demarcações destas áreas na cidade foi rejeitado na sessão do Legislativo.

O município é um dos poucos que ainda não se adequou à Lei Estadual 13.660/11, que prevê que cada cidade litorânea possua, no mínimo, 2.100 metros de área para prática de surf e demais esportes aquáticos.

A proposta desagradou, principalmente, os surfistas da zona norte de Imbé. Conforme o projeto, praias de grande movimentação de surfistas como Mariluz e Albatroz ficariam de fora da área de surf. Surfistas vieram de Porto Alegre para acompanhar a sessão que foi descentralizada e ocorreu no Salão da Igreja de Mariluz. Pescadores também estavam presentes.

Com a matéria rejeitada, pescadores teriam uma área aproximada de 6.950m, enquanto os surfistas ficariam com 3.500m, contando toda a extensão da orla do município. A proposta ainda deixava apenas o centro de Imbé e o balneário Presidente com área para o esporte, o que é grande área de pouca movimentação, enquanto o restante do município ficaria com toda sua área para pesca. “Não podemos deixar Mariluz, que é uma praia grande e central sem área de surf”, destaca o presidente da Associação de Surf de Mariluz, Gustavo “Surf” Machado, presente na reunião. O vice-presidente da Associação de Bodyboard de Mariluz, Leandro Luz, destacou que a reunião ocorrida no último dia 16, no Gabinete do prefeito de Imbé, Darcy Luciano Dias, deu às costas aos balneários da zona norte do município. “Foi uma decisão unilateral. Não tinha ninguém de Mariluz, Albatroz e Santa Terezinha no encontro porque não foram convidados”, disse.

VOTAÇÃO – O projeto gerou discussões entre os edis. O vereador Bernardino Gomes de Souza, o Dino (PMDB) foi o primeiro a se manifestar, lembrando que o objetivo da casa é sempre buscar uma harmonização e o melhor para surfistas e pescadores. Ele lembrou ainda que a proposição veio com erros, um deles ferindo a lei estadual 13.660, pois permitia a pesca com tarrafa e outros tipos de redes em áreas de surf. “O Executivo não pode mandar uma proposta assim”, afirmou, lembrando que este ponto da lei estadual deverá ser modificado para que os pescadores de tarrafa possam pescar em toda a orla do Estado, pois este tipo de rede não torna vulnerável a vida de surfistas e banhistas.

Seu colega de partido, Luis Henrique Vedovato, o Ique, ressaltou que os vereadores sequer foram convidados para debater a questão na reunião que ‘bateu o martelo’ e gerou o projeto. “É muito simples para o prefeito. Simplesmente fazem um projeto e jogar para o Legislativo”, ponderou. O petebista Cabo Firme lembrou que pescadores e surfistas estavam sendo prejudicados com a proposta. “Onde já se viu, Mariluz, Albatroz e Santa Terezinha sem área para surf? E o pescador também está sendo prejudicado”, ressaltou.

Os vereadores do PSDB Marco Quadros e o presidente da Câmara, Nilton Brandalesi, queriam que o projeto fosse aprovado em primeira votação para poder ser analisado e fazer emendas.

O projeto foi rejeitado por 4 votos a 2. também votou contra o vereador Jair Grassi (PP).

INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS – Na tarde da terça-feira (30) surgiu a notícia de que a Patrulha Ambiental da Brigada Militar (PATRAM) recolheria todas as redes de pesca existentes nas praias de Imbé, inclusive as que estavam nas atuais áreas destinadas a pesca. No entanto, a informação foi desmentida pela própria corporação.

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