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Jayme José de Oliveira
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Democracia Tropical – Jayme José de Oliveira

Fernando Gabeira, em 2017 publicou “Democracia Tropical”, onde analisou as consequências desastrosas dos últimos governos que o Brasil teve de suportar.

Chegou a conclusões que, após o resultado do último pleito, impõem uma nova obra para atualizar e nos por a par do quanto houve em mudanças.

O segundo turno consolidará ou trará mais uma reviravolta não prevista nas pesquisas dos órgãos mais destacados: DATAFOLHA e IPEC.

“A decomposição do sistema político em 2016, posta a nu pelas investigações da Lava Jato, gerou um vendaval de surpresas. Graças ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, os aliados da esquerda, cuja experiência fracassou, têm de tocar o barco em plena tempestade”. (Democracia Tropical)

O núcleo desta tormenta é o desastre econômico que demanda um programa de austeridade, difícil de ser aceito pelos políticos que, depois de restabelecida a democracia se habituaram a mamar nas gordas mas não inesgotáveis tetas do erário.

Os candidatos que foram ao segundo turno não admitem, sob nenhuma hipótese, terem seus projetos delimitados pelo teto de gastos. A tentação  de utilizar o dinheiro arrecadado pelos impostos para atender a projetos mirabolantes, mais do interesse próprio e de seus áulicos (puxa-sacos) que para o bem-estar da população é de tal magnitude que nossa economia segue em ritmo alucinante para o abismo.

Em 2002, a dívida acumulada em 180 anos, desde a proclamação da Independência, era de R$ 852 bilhões de reais. Em junho de 2022 catapultou para R$ 5.845 trilhões e continua num crescendo avassalador.

Os juros que oneram nosso orçamento, palatáveis até 2002, transformaram-se num estapafúrdio garrote que nos oprime e ameaça não apenas o nosso futuro, mas o dos nossos filhos e dos filhos dos nossos filhos.

Seja quem for o nosso futuro presidente, caberá a ele redirecionar o “Titanic Brasil” para evitar a fatal colisão com o recife que se avista no horizonte. Oremos para que, após tomar posse, governe pensando nas futuras gerações e não nas próximas eleições. Se assim agir, merecerá a gratidão do povo brasileiro e um lugar de destaque na História.

Argumenta-se que a corrupção é endêmica no Brasil, diz-se que sempre foi assim, mas, no momento atual os smartphones – mais de 170 milhões no Brasil – escancaram e impõem uma transparência aos fatos, impossível no passado. As redes sociais desnudam tudo e, por vezes abusam do seu poder veiculando fakes que deturpam este moderno e poderoso meio de comunicação incoercível. Se por um lado nos informam do que temos direito de saber, por outro nos impingem mentiras grotescas que tentam nos enganar e muitas vezes conseguem.

Há de se separar o joio do trigo… ficar com o trigo e descartar o joio. Aliás, as decisões por demais lenientes da justiça com os que mistificam a população permitem copa-franca para esses delinquentes.

Optemos pela transparência e a transformemos numa poderosa arma nas mãos de um governo honesto, pois ela traz outra bênção: a credibilidade.

Oremos para que o futuro governo nos brinde com aquilo que merecemos: a ESPERANÇA. Não poderá esquecer que os assaltos serão descobertos, não poderá tentar interferir em instituições autônomas, a sociedade não permitirá. Com os atuais meios de controle é impossível a sobrevivência de um governo corrupto. Os futuros governantes precisam refletir sobre este fato.

“Os fins justificam os meios? Mas agora que conhecemos os deputados, cerca de 90 deles são investigados no STF, não seria hora de se questionar o foro privilegiado? Ao longo de 16 anos de Congresso sempre defendi privilégio para voz e  voto, como na Inglaterra. Fora daí, justiça comum”. (pg. 27)

“É longo e espinhoso o caminho de uma renovação política no Brasil”. (Fernando Gabeira – Democracia Tropical, pg. 28)

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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