Vida & Saúde

Dermatologista diz que roupas compridas protegem mais quem trabalha sob o sol

Para quem trabalha debaixo do sol todos os dias, como trabalhadores rurais, carteiros ou garis, melhor do que usar filtro solar para se proteger do câncer de pele é utilizar roupas compridas – calça e camisa de manga longa – e um chapéu de abas largas. Outra dica é o uso de óculos escuros. As recomendações são do médico dermatologista Carlos Eduardo Alves dos Santos, chefe do Serviço de Dermatologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Em entrevista à Agência Brasil, Santos lembrou que algumas categorias já dispõem de políticas de prevenção ao câncer de pele, como os carteiros e funcionários de alguns setores da Petrobras, que recebem gratuitamente filtro solar. “Mas aquele trabalhador da área rural não tem ainda esse acesso gratuito”, ressaltou.

“A melhor proteção ainda é a roupa, um chapéu de aba larga, os óculos escuros para quem pode, a roupa é sempre melhor ainda que o filtro solar”, orientou o especialista. Segundo ele, essas alternativas são uma boa saída não só pelo preço do filtro solar, que ainda é alto no Brasil, mas também porque esse produto pode dar a falsa sensação de que a pele está devidamente protegida.

“Às vezes as pessoas têm uma sensação, pelo fato de o veículo do filtro ser cremoso, de que ainda estão protegidas, no entanto, aquilo que era responsável pela filtragem da radiação já foi queimado [pela ação da radiação solar]”, explicou.

O dermatologista também destacou a importância de os óculos escuros serem de boa qualidade. Isso porque, quando o ambiente fica um pouco mais escuro, efeito dos óculos, a pupila se dilata, permitindo maior entrada de luz. “Se esses óculos não tiverem uma filtragem ideal, não forem de boa qualidade, acabam até sendo pior [do que não usar]”, alertou. Como ainda não há certificação oficial para as lentes escuras, o ideal é evitar comprar de ambulantes e usar só produtos vendidos em óticas confiáveis.

Para a população em geral, continuam valendo as recomendações básicas de, além da proteção com roupa e filtro, evitar uma exposição prolongada ao sol, especialmente das 10h às 16h (no horário de verão, das 11h às 17h). As pessoas também devem reaplicar sempre o filtro solar e, quando estiverem na praia, preferir ficar sob o guarda-sol, com boné e camiseta.

“É importante ainda no nosso país termos a consciência de que o bronzeamento nada mais é do que a tentativa do organismo de se defender de uma agressão, portanto, não existe um bronzeamento saudável”, disse o dermatologista, lembrando que a radiação não é responsável só pelo câncer, mas também pelo envelhecimento. “Aquilo que nós estamos pensando talvez em embelezamento nada mais é que uma agressão”, concluiu.

Comentários

Comentários