Deus – Einstein e Spinoza – Jayme José de Oliveira
Pergunta recorrente de estudantes nas conferências que Einstein pronunciava em universidades nos Estados Unidos:
– O senhor crê em Deus? Respondia:
– “Creio em Deus de Spinoza”. (Benedict Spinoza, 1632-1677, filósofo holandês, com René Descartes e Gottfried Leibniz eram racionalistas dentro da chamada Filosofia Moderna)
“Quero que desfrutes da vida, quegozes, que cantes, que te divirtas, que desfrutes de tudo que fiz para ti”. Minha casa não são os templos que construíste, minha casa está nas montanhas, nosbosques, nos rios, nas praias. É onde eu moro e expresso meu amor por ti. Eu nunca te disse que o mal residia em ti, ou que eras pecador, ou que a sexualidade era algo pecaminoso. O sexo é algo que te dei para que possa expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria.
Se não podes me ver numa paisagem, no olhar dos teus amigos e do teu filhinho, não me encontrarás em nenhum livro.
Deixa de me temer, Eu não te julgo, nem te critico, nem te castigo. Eu sou puro amor. Eu te preenchi de paixão, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de LIVRE ARBÍTRIO. Como posso te culpar por algo que introduzi em ti? Como posso te castigar por seres quem és se fui Eu que te fiz assim? Crês que poderia criar um lugar para queimar meus filhos que se comportem mal, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus faria isso?
Respeita teus semelhantes, não faças aos outros o que não queres para ti. A única coisa que te peço é que cuides da tua vida. Ela não é um teste. Fiz-te absolutamente livre e não há prêmios nem castigos. Não há registros para tanto. És completamente livre para criares em tua vida um céu ou um inferno. Viva como se essa fosse tua única oportunidade de desfrutar, de amar, de existir. Assim, se não houver mais nada, você terá aproveitado a oportunidade que Eu te dei.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando acaricias tua filhinha, quando afagas teu cão, quando tomas um banho de mar.
Deixa de me louvar, que Deus ególatra achas que sou? Queres me agradecer? Agradece cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. Estás emocionado? Expressa tua alegria, essa é a forma correta de me louvar.
Deixa de complicar as coisas, a única coisa certa é que estás aqui, que estás vivo e que este mundo está cheio de maravilhas. Por que são necessários mais milagres? Para que procurar tantas explicações? Não me procures lá fora, não me encontrarás. Busca-me dentro de ti, aí é que estou, pulsando em ti”. (Benedict Spinoza).
A Bíblia se expressa em sentido figurado, tende a relacionar Deus com fenômenos extraordinários, que não ocorrem comumente na natureza. O ponto fulcral de Spinoza é a comunhão de Deus com a natureza. Para Spinoza os direitos naturais são as regras do ser. Devemos obediência às leis naturais, que são divinas e são eternas. A ajuda mútua é indispensável, sem ela os homens não podem viver confortavelmente nem cultivar o espírito. O objetivo do Estado não pode ser tirânico, mas libertário. O direito natural em Spinoza é compatível com a democracia.
Acrescento: “Não há nada que devas temer; és tão bom como o melhor; tão forte como o mais poderoso; tão digno quanto todos; você é o único, hoje”.
É importante que acredites que ninguém pode fazer seu trabalho melhor que você. Se assim for, vencerás todos os obstáculos.
Se Deus não existisse, o homem se veria compelido a criá-lo.
Temos, ao contrário dos outros seres vivos, o LIVRE ARBÍTRIO. Podemos usá-lo para o bem ou para o mal. A curiosidade e a insatisfação são parte integrante do nosso “eu”. A primeira nos induz a procurar o porquê das coisas e a segunda nos impede de desistir da busca antes de encontrar a resposta. O primeiro homem que não soube explicar, por exemplo, o poder de um raio que destrói tudo o que se anteponha, criou o primeiro deus e seu espírito se acalmou. Muitos enigmas, outros tantos deuses.
O politeísmo atingiu seu apogeu na Grécia Antiga. O monoteísmo é posterior. Deus se revela tão indispensável que existe onde haja agrupamentos humanos. Seja na Ilha da Páscoa, nas profundezas da selva amazônica, nos grotões da África, nos países civilizados.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado