Dia 1° de maio – Suely Braga
Dia 1º de maio comemorado no Brasil com feriado nacional, teve origem em um movimento ocorrido em 1886, em Chicago.
Neste ano de 1886, 200 mil trabalhadores dos Estados Unidos e Canadá fizeram uma greve geral reivindicando a limitação da jornada de trabalho a oito horas diárias.
Comemorou-se a ocasião no Brasil, pela primeira vez em1895, na sede do Centro Socialista, em Santos.
O feriado nacional foi oficializado graças a dois fatores: um projeto de lei do deputado Sampaio Ferraz aprovado no Congresso, em 1902,e a lei 662 surgida em 1949.
Até o governo Vargas o Dia do Trabalho foi considerado uma ocasião propícia para passeatas e protestos, pensamento que tinha como base os movimentos anarquistas e comunistas.
Quando o trabalhismo passou a ser disseminado por Getúlio, a data começou a ser celebrada com festas e desfiles.
Passadas décadas o 1º de maio continuou sendo dia de passeatas e protestos dos trabalhadores em busca de seus direitos.
Em pleno século XXI, no Brasil, os direitos dos trabalhadores, apesar de muitas lutas e conquistas e serem assegurados em leis. Elas não são cumpridas. Basta um olhar mais profundo sobre a realidade atual. Vemos uma procissão de agricultores sem terra perambulando nas estradas, sendo perseguidos e entrando em confronto com a polícia, porque ainda não se realizou, no Brasil, a esperada reforma agrária. Isto porque o poder de fogo dos latifundiários e a bancada ruralista no Congresso impedem.
Temos o trabalho escravo, a exploração da mão de obra infantil, as empregadas domésticas (apesar das leis que as protegem) são exploradas, ganhando salários irrisórios, nestes recantos do país. Empregadores assinando salário mínimo nas carteiras dos empregados, embora pagando “por fora” salários mais altos, para burlarem o INSS. A falta de condições no trabalho, causando doenças, acidentes e mortes.
A discriminação de salários de gêneros e de raças. Mulheres ganham salários menores para exercerem a mesma função dos homens, os negros ganham salários menores do que os brancos num mesmo tipo de trabalho.
Há disparidade de salários entre as categorias de trabalhadores. Enquanto uma multidão de trabalhadores ganha os minguados salários mínimos, os educadores com salários irrisórios, senadores, deputados, jogares de futebol, desembargadores, juízes, coronéis, delegados ganham verdadeiras fortunas comparados com os demais trabalhadores, que tocam e impulsionam o país.
Hoje vemos greves pipocando em quase todos os estados. Os trabalhadores lutando pelos seus direitos.
No Brasil, o Dia do Trabalho não é dia de festas, apenas comemorações de algumas conquistas. É dia de muita luta e reivindicações.