Dia das crianças – Erner Machado
Se eu pudesse e tivesse poderes para tanto,
Eu daria a todas as crianças do meu povo,
Neste dia 12 de outubro, alguns presentes,
Não especiais, mas necessários:
Em primeiro lugar, lhe daria pais e mães,
Para ficarem, com elas, para sempre,
Até morrerem, como devem morrer todos os Pais e mães, ou seja, bem velinhos.
Lhes daria alguns brinquedos,
Pois que afinal, crianças, sempre gostam de brinquedos,
Mas lhe daria um brinquedo, especial brinquedo,
Que lhes ensinaria a juntar as letras e formar palavras,
E lhes informaria que seriam ganhadores,
Os que aprendessem, mais rápido a formar palavras.
Mas lhes diria, também, que este jogo,
Não acaba quando se formassem as primeiras palavras,
Mas continua pela vida afora e que o emocionante de joga-lo é descobrir milhares de palavras e com elas,
Formar a sua cultura e a sua vida.
Lhes daria casas, que chamaria de escolas.
Nas Casas, chamadas escolas, este jogo.
Seria jogado, de manhã, a tarde e a noite.
Infinitamente, indiscriminadamente.
Eu lhes daria o presente da “adultês”
Quando chegasse a hora…
Quando adultos eu lhes daria o presente.
De terem filhos, e passarem para eles,
Todos os presentes que ganharam quando crianças.
Eu lhes daria o presente de um bom café da manhã,
De um bom almoço e de uma boa janta.
Eu lhes daria o presente de muitos banhos quentes.
E de toalhas fofas para secarem-se, após os banhos.
Eu lhes daria como presente, a garantia,
De que quando chegasse a “adultês”.
Elas teriam trabalho permanente que lhes daria,
Para sempre, a condição de cidadãos.
Eu lhes daria uma cidade, um estado e um País,
Eu lhes daria uma bandeira e um hino e os ensinaria.
A amar aos dois como se fossem parte de suas vidas.
Eu lhes daria, finalmente, a certeza de serem felizes,
E que fossem felizes, de maneira completa.
Mesmo que eu lhes desse todos os presentes,
Eles gostariam de ficar, somente,
Com o presente da Felicidade- que tudo engloba.
E, no qual, estão encerrados os presentes,
Que se tornam, pela felicidade, secundários!!!