Hoje,25 de abril, é o dia no qual se comemora a Educação, a nível universal.
Conforme informações da Agência Brasil e do Correio Brasiliense, em matéria de 2024, o Brasil ocupa o penúltimo lugar no quesito educação perante o mundo, ficando somente, atrás da Indonésia.
Diante desta informação me permito, com o devido respeito, aos gaúchos e brasileiros mais qualificados intelectual e culturalmente do que eu, a fazer uma singela análise dos fatores que nos levaram a ostentar esta vergonhosa posição.
A “Educação é dever do Estado e da família, sendo direito de todos”.
Esta sentença é um princípio, fundamental, da Constituição Federal do Brasil e que está contido no artigo 205.
Ao analisarmos a Norma Constitucional prescrita em nossa Carta Magna é preciso nos determos na ação da familia e do Estado, quando desempenham os papéis que lhe são atribuídos.
Na minha singela análise vou focar, primeiramente, na FAMILIA a qual, hoje, da menor à maior cidade do Brasil, por questões de subsistência material, o homem e mulher que formam o casal, têm que trabalhar fora de casa o que os obriga a confiarem seus bebês aos cuidados domésticos de uma babá ou, aqueles que assim preferem, utilizam-se de Creches onde, para os bebês, são dados cuidados pessoais, alimentação e lazer.
Quando a criança chega aos três ou quatro anos, sai dos cuidados da Babá ou da Creche e é transferida para uma escola de Educação Infantil onde fica em turno integral, ou parcial até completar cinco quando, então, é matriculada na primeira série do ensino fundamental em escolas públicas ou privadas, no caso de pais com melhores condições financeiras.
Depois vem o Ensino Médio e a Universidade.
E aquele filho ou filha que, desde bebê teve seus pais ausentes continua, agora, como adolescente ou adulto sendo objeto do mesmo distanciamento físico, afetivo e educacional.
E com esta realidade que se apresenta em nosso país, os filhos nascem e crescem sem receberem ou, receberem mesmo que parcialmente, as orientações que em tempos outros formavam homens e mulheres altamente responsáveis e educados que serviam à sociedade e se constituíam em exemplos que eram seguidos por quem os conhecia e que viam neles exemplos a serem imitados.
Conclui-se então que com esta realidade é impossível que os pais possam transmitir valores comportamentais que os tornem homens e mulheres educados e cidadãos e cidadãs honrados e que qualifiquem, com suas ações, à comunidade da qual fazem parte.
Esta realidade familiar está presente em todo o mundo, más com certeza no Brasil é muito pior e muito mais danosa para a educação.
Mudando o foco para o Estado- segundo agente educacional- a situação do ensino publico do primário à universidade nos remete para uma realidade extremante triste e lamentável.
No meu Rio Grande do Sul, a semanas atrás quando se manifestou uma onda muito forte de calor, centenas de estabelecimentos do ensino básico e médio, dispensaram os seus alunos porque a escola não possuía condições de mantê-los em aula, por falta de aparelhos de ar-condicionado, energia elétrica água e luz.
Alia-se esta situação de ordem material, o fato de que os professores são remunerados com salários irrisórios que não correspondem as responsabilidades altamente nobres que desempenham na formação cultural de nossos jovens.
Acredito que esta tenebrosa realidade, tão diferente da que vivemos durante anos 50 e 60 não é privilégio, somente, do Rio Grande do Sul, mas está presente em todas as cidades do Brasil.
Passando para o ensino universitário, por falta de maiores informações incluo, apenas no meu texto, uma notícia da Gazeta do povo, de 26.05.24 que informa:
“UFRJ vai mudar currículo de cálculo, do Curso de Engenharia Civil, para tentar evitar evasão de cotistas”.
Soma-se a esta terrível intenção da UFRJ, o fato de que nela e em todas as universidades federais do Brasil e, certamente, em muitas instituições particulares de ensino superior está presente a doutrinação política e ideológica como forma de que os jovens universitários sejam adeptos da mesma ideologia que os seus mestres praticam.
Para não cansar meus poucos leitores, com um texto muito longo, finalizo que constatando que é compreensível que estejamos no penúltimo lugar, em educação, perante o mundo, pois não temos educação familiar e não a temos, também, em qualquer um dos níveis educacionais do país.
Nossas crianças e nossos jovens são escravos e vítimas de um sistema educacional que se manifesta por um descaso permanente, cruel e maldito praticado pela Familia e pelo Estado, que nos lembra Castro Alves que triste, perplexo e indignado com a prática da escravidão humana, por parte de nosso país, no seu Magistral Poema o Navio Negreiro, disse:
“Chora Musa
Mas chora tanto
Que o pavilhão
Se lave no teu pranto”
(Recanto da Ana e do Erner 28.04.25- Capão Novo)