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Dia mundial da escola – Erner machado

Nós como Seres Humanos no Brasil e no mundo, temos o costume de criar dias para homenagear pessoas, fatos históricos ou instituições.

Assim que temos o Dia dos Pais, o Dia das Mães, o Dia do Amigo, o Dia da Pátria, o Dia da Bandeira, o Dia da Árvore, dia Índio, o dia da mulher e dia de Natal nos quais prestamos homenagens ao personagem que o dia representa.
Temos muitos mais outros” dias “talvez até mais importantes do que os lembrados.

Peço desculpas por omiti-los, mas, com certeza, se os nominasse- a todos- o texto ficaria inadequado para uma leitura rápida e objetiva.

E, hoje, descobri que temos o dia 15 de março como o Dia Nacional da Escola.

Ao começar a escrever foi impossível não deixar de raciocinar que temos o dia dos Pais e muitos pais, por já estarem velhos e com dificuldades, de toda a ordem, não é mais possível mantê-los no seio familiar e serem cuidados por seus filhos e netos e para evitar este incomodo familiar, encontram-se, há anos ,em asilos solitários e no meio de pessoas estranhas e, com certeza, sonham com o carinho de um filho ou com o abraço de um neto.

Mas, no Dia dos Pais, se tiverem tempo, os filhos lhes visitam e levam um saquinho de balas, umas guloseimas e lhe dão um abraço.

Eu sei que nesta cena, todos choram, mas, tenho certeza de que o choro do velho pai, não é de emoção ou de alegria.
Igual fato ocorre com o dia dias mães, com variantes, mas, na mesma linha de comportamento com o dia dos pais.

E temos o dia da pátria e o dia da Bandeira e passamos ano todo descuidando dos princípios patrióticos inerentes a nosso Pais e que estão representados pelos nossos símbolos e chegamos ao ponto de que ter uma bandeira em casa, ou porta-la no carro ou em qualquer outro lugar é motivo de escárnio e de ódio manifestos.

E temos o Dia da Árvore, mas, continuamos destruindo as nossas florestas de maneira impune por incêndios de grandes proporções e o por desmatamento ilegal, fatos que tiveram grande incidência em 2022 e que continuam, nas mesmas proporções, em 2023.

Temos o dia da mulher e o dia do índio, mas destes homenageados não me sinto a vontade para falar pois seus dramas são tantos e em tal quantidade que, com certeza, causariam tristeza a mim e aos meus poucos leitores, o que não desejo, de maneira alguma.

Entre os exemplos de dias elencados, deixei de falar do Dia do Natal, porque ai seria aumentar a minha angustia e dos meus leitores….outro dia eu falo.

E hoje, então, temos o DIA DA ESCOLA que embora seja trágico falar sobre a educação e as escolas do Brasil é necessário que eu o faça, sob pena de sentir que cometi uma omissão imperdoável.

A Escola – desde o primário até ao universitário – é o local físico onde se ensinam as ciências aos alunos que já deviam vir, devidamente, educados de casa.

Na falta deste atributo caseiro ensina-se, também, na Escola educação e cidadania.

Das Ciências, podemos afirmar, com certeza, que nos últimos 30 anos, nas escolas, foram de tal maneira-para pior- modificadas, que o jovem e a jovem estudantes, saem do primário sem saber ler, do segundo grau sem saber português ou o que é teorema de Pitágoras e da Universidade, recebem diplomas, mas são na verdade, com raras exceções, analfabetos funcionais.

Da Escola- O local físico que abriga a ciência- podemos dizer que está totalmente abandonada pelo poder público municipal, estadual e federal e o que era para ser um Templo de saber é hoje, em todo o país, um conjunto de prédios abandonados, com estrutura deteriorada e sem o olhar curador e mantenedor, do estado brasileiro que tem o dever de preserva-la , mas, desavergonhadamente a abandona.

Vi um caso do interior gaúcho no qual, pela escola velha estar em péssimas condições foi iniciada, ao lado a construção de uma escola nova.

A escola velha teve que ser abandonada e a nova está, ainda, em construção.
Estes dois fatos – unidos e somados- fizeram com que centenas de alunos estejam sem lugar para estudar.

Para constatar este abandono e irresponsável desleixo, basta que, quando formos a Porto Alegre, ao passar pela avenida Oswaldo Aranha, detenhamos o olhar para os prédios da Universidade Federal do RGS, do Instituto Oswaldo Aranha e mais adiante, já na Protásio Alves, para o Prédio do Colégio Rio Branco mas, não detenha o seu olhar, por muito tempo, pois com certeza você vai chorar.

E nesse dia da escola não dá para deixar de lembrar daqueles candidatos a prefeito que, na Campanha eleitoral, viviam prometendo construir escolas para abrigar os alunos carentes das periferias e, que depois de eleitos nunca mais falaram e, se iniciaram alguma obra a mesma está parada sem que estes enganadores sofram qualquer tipo de sanção por parte da sociedade ou do Estado Brasileiro.

Isto é um fato nacional que atesta o descompromisso da classe política- em todos os níveis- com o processo educacional do país, o que se justifica pelo fato de que a classe política precisa que os brasileiros que hoje são jovens e que estão fora escola sejam, quando adultos, eleitores analfabetos e ignorantes o que permitirá que – os mesmos – sejam utilizados como massa de manobra para servirem aos interesses escusos e pessoais, desta classe política maldita e dominante.

Ao analisar este texto, antes de publicá-lo constato que ele contém, explicitamente, um certo teor de amargura, desencanto e palavras fortes, mas, resolvi publicá-lo assim mesmo.

É possível talvez que o meu texto, de hoje, esteja em desacordo com minha postura e conduta de homem educado, de palavras elevadas e cavalheirescas mas, está de acordo, tenho certeza, com meus princípios de verdade, de cidadania, de inteligência e de honra.

Isto me basta e me gratifica!

Não há, então, o que comemorar neste dia 15 de março de 2023!

Concordam, meus amigos?

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