Variedades

Diretor da HRW é expulso da Venezuela

O diretor-executivo para as Américas da organização não-governamental Human Rights Watch (HRW), José Miguel Vivanco, afirmou ontem (19) ter sido expulso da Venezuela ontem à noite, horas depois de divulgar um relatório criticando o governo de Hugo Chávez. Vivanco disse que foi surpreendido por cerca de 20 agentes ao chegar ao hotel onde estava hospedado, em Caracas, e obrigado a pegar um avião para São Paulo junto com seu assistente, Daniel Wilkinson.

Chileno, Vivanco disse que trabalhava na Venezuela há um ano e meio, produzindo o documento da HRW. Segundo ele, durante todo o período, uma equipe de advogados, jornalistas e cientistas políticos analisou os impactos do “chavismo” no Estado de Direito venezuelano. Os resultados da pesquisa foram apresentados em uma coletiva de imprensa realizada na manhã de quinta-feira, e segundo o próprio Vivanco, motivaram sua expulsão.

“Os agentes venezuelanos agiram de forma abusiva e arbitrária. Fomos tratados com criminosos”, disse Vivanco. “Sabíamos que o relatório seria criticado pelo governo, mas não esperávamos uma reação como esta.”

De acordo com o diretor da HRW, o documento apresentado aponta que Chávez tem modificado a estrutura de instituições para pôr em prática, a todo custo, seu projeto bolivariano de integração sul-americana. Essas ações estariam o deixando imune a críticas da oposição política e livre para legitimar a concentração do poder no país.

“O exemplo mais claro foi a mudança na Suprema Corte Venezuela”, afirmou Vivanco. “Até 2004, ela tinha 20 juizes. Chávez nomeou mais 12, todos declaradamente favoráveis a ele, e assim garantiu a maioria na Corte.”

Vivanco afirmou que o Venezuela não vive uma ditadura, mas disse que lá existem sérios casos de abusos de poder e de intolerância contra movimentos oposicionistas..

Ainda ontem, a Agencia Bolivariana de Noticias, mantida pelo governo venezuelano, publicou notas informando que a expulsão dos membros da HRW foi uma resposta a uma agressão da soberania nacional. Nos informes da agência, o governo venezuelano afirmou que a HRW estaria cumprindo a “missão de validar acusações feitas pelos imperialistas”, citando depois o governo norte-americano.

Vivanco rebateu às críticas do governo venezuelano. afirmando que a HRW é uma organização isenta. A própria ONG já teria realizado outros estudos e protestos contra o governo dos Estados Unidos.

Após as entrevistas, Vivanco e seu assistente seguiram para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde embarcaram para Nova York.

<!– .replace('

','').replace('

','') –>

Comentários

Comentários