Dirigente do MST diz que governo priorizou agronegócio
“Há um sentimento generalizado de que o governo federal tem hoje uma dívida com os movimentos sociais. Porque havia um compromisso histórico por parte do próprio presidente de realizar a reforma agrária no nosso país”, disse, durante entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Segundo ela, visando à produção para a exportação de monocultivos, o governo decidiu, no campo da reforma agrária, implantar ações somente na linha de regularização fundiária. “Essa regularização é importante, mas não pode ser chamada de reforma agrária, porque ela não democratiza, não mexe na estrutura fundiária”, argumenta. Somente no programa Terra Legal, o Ministério do Desenvolvimento Agrário pretende regularizar 296,8 mil posses de terras públicas, ocupadas antes de 1º de dezembro de 2004.
Para pressionar o governo a assentar 90 famílias acampadas em terras públicas em um prazo de seis meses, integrantes do MST começaram hoje (10), em Brasília, manifestação que pretende reunir cerca de 3 mil pessoas do movimento. Os manifestantes vão ficar acampados até o próximo dia 19 em frente ao Estádio Mané Garrincha.