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Dirigente do MST diz que governo priorizou agronegócio

A dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marina dos Santos, disse hoje (10) que o atual governo viveu, no início da gestão, um momento político com condições para realizar a reforma agrária, no entanto, priorizou o agronegócio e preferiu investir na regularização fundiária. Segundo ela, isso contradiz antigas promessas feitas aos movimentos sociais que defendem a democratização de terras.

“Há um sentimento generalizado de que o governo federal tem hoje uma dívida com os movimentos sociais. Porque havia um compromisso histórico por parte do próprio presidente de realizar a reforma agrária no nosso país”, disse, durante entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo ela, visando à produção para a exportação de monocultivos, o governo decidiu, no campo da reforma agrária, implantar ações somente na linha de regularização fundiária. “Essa regularização é importante, mas não pode ser chamada de reforma agrária, porque ela não democratiza, não mexe na estrutura fundiária”, argumenta. Somente no programa Terra Legal, o Ministério do Desenvolvimento Agrário pretende regularizar 296,8 mil posses de terras públicas, ocupadas antes de 1º de dezembro de 2004.

Para pressionar o governo a assentar 90 famílias acampadas em terras públicas em um prazo de seis meses, integrantes do MST começaram hoje (10), em Brasília, manifestação que pretende reunir cerca de 3 mil pessoas do movimento. Os manifestantes vão ficar acampados até o próximo dia 19 em frente ao Estádio Mané Garrincha.

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