Foto: Gabriel Munhoz
Vida & Saúde

Doença do Mormo: desfiles, rodeios e cavalgadas não estão suspensos

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Foto: Gabriel Munhoz

Evitar a proliferação da doença do Mormo é uma necessidade e prioridade tanto da Secretaria da Agricultura e Pecuária quanto de entidades ligadas ao setor e que compreendem a importância da exigência da GTA e do exame de negativo do Mormo tanto para o trânsito quanto a participação de animais em eventos com aglomeração.

Representantes de entidades como MTG, Farsul, Federação Gaúcha de Laço, Abccc e MAPA estiveram reunidos com o secretário da Agricultura e Pecuária Ernani Polo e com técnicos da Secretaria, para discutir a situação do Rio Grande do Sul.

Desde o primeiro caso da doença, registrado em Rolante no mês de junho, em razão de uma normativa do Ministério da Agricultura, para conseguir a emissão da Guia de Transporte Animal – GTA – o produtor deve apresentar o exame de negativo para Mormo.

A nova realidade causou dúvida sobre como proceder em eventos onde tradicionalmente há participação massiva de equinos.

“Nós não estamos cancelando nem proibindo eventos como desfile farroupilha, rodeios e cavalgadas. Em função desse caso positivo de mormo passamos a exigir o exame negativo da doença por uma determinação de legislação federal e para que a doença não se espalhe, prevenindo assim tanto a saúde animal quanto pública, já que o mormo é uma doença fatal, sem cura e transmissível para seres humanos e em 100% dos casos leva a óbito”, explica o secretário Ernani Polo.

Participaram da reunião o presidente da Farsul Carlos Sperotto, o presidente do MTG Manoelito Savaris, o vice-presidente Francisco Fleck, o presidente da Federação Gaúcha de Laço Cleber Vieira, representante do Ministério da Agricultura Bernardo Todeschini e Arlindo Emmel, representando a Comissão da Agricultura da Assembleia Legislativa.

 O mormo

Registrado pela primeira vez no Rio Grande do Sul, o mormo é uma bactéria que ataca equinos e seres humanos. A gravidade da enfermidade se dá por vários motivos. O primeiro é que não há vacina para combate-la. Uma vez diagnosticado o animal como positivo a única saída é seu sacrifício. Mais grave ainda é que ela pode ser transmitida para o ser humano e também não há cura, em 100% dos casos leva a morte. As principais implicações são febre, úlceras na mucosa nasal, descarga nasal purulenta ou sanguinolenta, abscessos nos linfonodos e dispneia.

Situação atual no Estado

Desde o primeiro caso em Rolante foram realizados cerca de 6 mil exames em todo o Rio Grande do Sul. Dos exames realizados, 11 deram positivo (suspeito) e foram encaminhadas novas coletas para contraprova no laboratório oficial do Ministério da Agricultura em Pernambuco e ainda não retornaram. As suspeitas foram registradas em diferentes regiões do estado como Litoral Norte, Fronteira Oeste e no Noroeste. Não havendo nenhum caso positivo no período de seis meses desde o primeiro foco, o Estado pode requerer ao Ministério da Agricultura retorno do status anterior de livre do mormo, sem mais ter a necessidade de exigir o exame, prazo esse que se encerra no início de dezembro.

O que dizem as entidades:

Farsul

Esse é um tema que precisamos tratar com visão técnica. As posições colocadas por todos os organismos de defesa nos permitem recomendarmos que os animais não transitem sem a GTA, logo, que tenham o exame de negativo para a doença”.

Carlos Sperotto, presidente.

MTG

“Nos somos a favor do cumprimento da legislação e sempre a favor da defesa animal, o que nesse momento só é possível com a exigência do exame”.

Manoelito  Savaris, presidente

ABCCC

“Pelo que vimos a Secretaria está com a questão sob controle agindo da melhor forma possível.  Temos que disseminar essas atitudes legítimas e estimular que todos façam o exame para que não haja a disseminação da doença”.

Francisco Fleck, vice presidente

Federação Gaúcha de Laço

“Nós estamos totalmente de acordo com a exigência do exame, e temos passado isso para todos os nossos 19 mil associados em todo o Estado. A situação é séria, todos precisam colaborar”.

Cléber Vieira, presidente

Como fazer o exame?

No site www.agricultura.rs.gov.br, na direita da página onde está escrito Mormo, há uma lista com os laboratórios habilitados para realizar o exame e também uma lista de veterinários credenciados. O produtor pode também procurar um profissional de sua confiança. A coleta é feita na propriedade e encaminhada para um dos 19 laboratórios de todo o Brasil.

Qual valor?

Conforme levantamento realizado essa semanao valor cobrado na maioria dos laboratórios é R$ 45. Em alguns os clientes encontram variação de cinco reais, para mais ou para menos. Apenas em um dos laboratórios o preço era mais salgado: R$ 75 para veterinário e R$ 85 para proprietário.

Exames em lote

O valor total do exame envolve três fatores: preço cobrado pelo laboratório, valor da consulta do veterinário e do sedex para fazer o envio. Quem tiver mais de um animal para participar de atividades, ou então tenho conhecidos que também precisam fazer o exame, pode fazer mais de um por vez.

Onde ficam os laboratórios? 

Os mais próximos ficam em São Paulo (e na maioria o valor não passa de R$ 55,00). Há também laboratórios em Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro, Baia, Maranhão, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Piauí. No Rio Grande do Sul apenas um laboratório está em processo de liberação para que possa realizar o teste.

Gabriel Munhoz/Bethânia Helder

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