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Dois terços dos jovens brasileiros estão acima do peso

Mais da metade da população brasileira (51%) está acima de seu peso ideal. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), realizada em todas as regiões do país, com 2.179 pessoas, revela um dado ainda mais preocupante: entre as pessoas de 18 a 25 anos, o índice é de 66%. Segundo o presidente da SBCBM, Luiz Vicente Berti, as conseqüências desse quadro devem ser sentidas em breve pelo Sistema Único de Saúde (SUS):

— Se não tomarmos uma atitude, nenhum sistema de saúde terá dinheiro para pagar essa conta no futuro.

A pesquisa mostra que 3% dos brasileiros são obesos mórbidos, índice que tende a crescer.

— A pessoa com sobrepeso hoje pode se tornar o obeso de amanhã e o obeso mórbido de um futuro próximo. Estamos sentados em cima de uma bomba que pode explodir em muito pouco tempo — diz Berti.

O estudo só analisou pessoas com mais de 18 anos, o que pode esconder um porcentual ainda maior de gordinhos.

— Quando alguém vê um adolescente fumando ou ingerindo álcool, se preocupa com isso, mas o mesmo não ocorre quando vê uma criança comendo na frente do computador ou da televisão — lembra o presidente da SBCBM.

De acordo com o levantamento, apenas 38% dos entrevistados afirmam praticar atividades físicas e 20%, que usam algum tipo de droga como álcool ou cigarro. As conseqüências também podem ser medidas: 58% das 2.179 pessoas apresentam algum problema de saúde. Para 27%, a hipertensão é a principal dessas doenças, mas diabetes, problemas nas articulações e depressão também costumam aparecer.

Em 15% das casas visitadas pelos pesquisadores, seus moradores afirmam fazer algum tipo de dieta. Os motivos mais citados para a restrição alimentar são a hipertensão, diabete e doenças cardíacas.

— Esses dados mostram que alguma coisa tem de ser feita, pois, lá na ponta, o único tratamento para a obesidade mórbida é a cirurgia, que não é isenta de riscos — disse Berti, segundo o qual a cirurgia bariátrica (de redução do estômago) pode ter até 1,5% de risco de vida.

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