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Dólar baixo facilita compra de computador

Ter um computador dentro de casa já foi um luxo. Mas com o dólar barato, cortes nos impostos e facilidades de pagamento – parcelamento em até 24 vezes, por exemplo -, o produto tornou-se acessível a uma camada maior da população.

Em 1988, 400 mil micros foram vendidos no país. Em 2000, foram 3,2 milhões; e no ano passado, 7,4 milhões. Este ano, só no primeiro trimestre, a venda de micros chegou perto de dois milhões de unidades.

A venda de computadores de uma rede de supermercado, de janeiro a maio, cresceu 115% na comparação com os cinco primeiro meses do ano passado, resultado de uma combinação de fatores. “Com a queda do dólar deu uma facilitada, mas já vem há um tempo que vem caindo bastante”, comenta um lojista.

Em junho de 2005, o dólar valia cerca de R$ 2,40. Dois anos depois, gira em torno de R$ 1,95, quase 20% mais barato. Além disso, o Governo Federal cortou impostos de computadores – outros 9,25% de redução do preço.

O gerente de uma loja de informática, Avelino Nogueira, afirma que os descontos são repassados para os clientes, porque os computadores não podem ficar muito tempo na prateleira. “Tem que estar sempre renovando, sempre se atualizando, senão a máquina fica obsoleta. A gente comenta que a tecnologia é tão perecível quanto batata e tomate. Se você deixar, ela apodrece em pouco tempo”.

O desempenho do setor de informática é realmente impressionante: em apenas uma rede de lojas, as vendas de computadores cresceram 160% só no primeiro trimestre deste ano. Em outra, o número de laptops vendidos aumentou em 400%.

Decisão passa pelo bolso
Pode ser para acessar a internet, para estudar, trabalhar ou só para se divertir – a vontade de ter um computador ou trocar o de casa por um mais moderno pode ter várias razões. Mas a decisão de comprar passa necessariamente pelo bolso, e o preço tem ajudado muita gente a entrar no mundo digital.

O desejo de ter um computador é quase da idade de Lucas. O adolescente, de 13 anos, tinha acabado de nascer quando o aeroviário Leonildo Pereira de Souza fez o primeiro orçamento. “Era muito caro o computador. Eu lembro que, na época que eu tive vontade de comprar um, era um negócio entre R$ 6 mil e R$ 8 mil”, comenta. A família, no entanto, tinha outras prioridades. Foi assim durante anos, até que, este ano, o negócio foi fechado – em dez prestações, pagas com dificuldade, mas em dia.

“Tudo é contadinho, somadinho na ponta do lápis. Senão, realmente, não dá. É muito difícil”, diz a estudante Janice Pereira de Souza. Janice usa o computador nos trabalhos da faculdade, Leonildo navega na internet e Lucas faz pesquisas e bate papo com os amigos. “Fico conversando com meus amigos e gasta menos”, destaca o adolescente.

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