Droga emagrecedora aumenta risco de depressão, diz estudo
A perda de peso pode vir acompanhada de depressão, em vez de alegria, para quem usa a droga emagrecedora rimonabanto (nome comercial Acomplia), segundo um estudo publicado na revista médica “The Lancet”.
Fabricada pela Sanofi-Aventis, ela é vendida na Europa, mas não nos Estados Unidos — onde foi apontada pela FDA (agência que regula medicamentos e alimentos no país) como potencial causadora no aumento de risco de suicídio.
No Brasil, o medicamento já foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas ainda não adentrou o mercado nacional por desacordo sobre o preço.
O estudo, comandado por Arne Astrup, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, contou com a participação de 4.105 pacientes. Alguns deles receberam 20 mg diárias de rimonabanto. Outros foram medicados com um placebo.
Após um ano, os pesquisadores confirmaram que os pacientes que tomaram a droga de verdade tiveram uma redução de peso 4,7kg maior do que os que receberam placebo. Em compensação, os pacientes que tomaram o Acomplia também tiveram um risco 40% maior de ter “eventos psiquiátricos adversos”.
“Nossos achados sugerem que 20mg diários de rimonabanto aumentam o risco de eventos psiquiátricos — ou seja, depressão e ansiedade”, afirmaram os cientistas, no artigo publicado na “Lancet”. “Levando isso em conta junto com a descoberta recente da FDA de risco aumentado de suicídio durante o tratamento com rimonabanto, recomendamos alerta especial pelos médicos para essas reações psiquiátricas adversas potencialmente severas.”