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E “ele” está de volta…

Antes de publicar a novela “Mar da Serenidade”, participei, juntamente com outros escritores, de inúmeras antologias. Nelas, invariavelmente, o editor solicita que cada autor redija seu breve resumo biográfico. Meus primeiros currículos caracterizaram-se pela formalidade. Com o tempo, tornei-os mais leves, divertidos, até.

Nos próximos meses, a Academia dos Escritores do Litoral Norte estará lançando a sua edição 2011. Nesta antologia apresento-me como “advogado diletante, nascido em Porto Alegre e que sobrevive, desde 2005, em Capão da Canoa, entre o mar da cultura e o rochedo do desinteresse aldeão. Esquenta as orelhas dos que professam a “Lei de Gerson”, apesar de saber que os corruptos e os políticos, além da blindagem, as têm de amianto. Já foi quase tudo: graduando em comunicação social e psicologia, bancário, securitário, economiário, perdulário, funcionário público, professor de português e literatura, ator de teatro, católico, umbandista, turista internacional e freudiano. Sonha em ser astronauta da NASA. Lema de vida: “Se hay gobierno, jo soy contra!”, exceção feita à presidente Dilma que, até agora, tem mostrado que não é marionete do molusco apedeuta.

Quando cultuava a umbanda, um sábado por mês, viajávamos, eu e minha esposa, a Estrela. Nesta cidade tínhamos amigos que nos recebiam em sua casa com um lauto almoço. À tarde, Marília, a dona da casa, e seu filho José, nos convidavam para ir à “Senzala”, como carinhosamente chamavam a rústica e bem cuidada cabana, onde eram cultuados os Orixás.
Ali, Marília “dava passagem” à entidade de uma doce e meiga preta velha, a Tia Clara. A esta eu pedia, apenas, proteção e cuidados no meu terreno profissional.

Tia Clara, a Senzala, as distantes idas a Estrela vieram-me à remembrança ao saber da nomeação do líder do governo, deputado Mendes Ribeiro Filho para a Pasta da Agricultura, Ministério este onde outro dos tantos balaios de gatos foi descoberto. Mendes, com toda a certeza, irá percorrer um caminho pantanoso, ladeado por traiçoeiros e sombrios precipícios.
Destes episódios, funestos para a Nação, quem deve estar sorrido à toa é ele, o sinuoso e escorregadio Padilha, que na condição de primeiro suplente, há de assumir, como é de seu feitio, com pompas e circunstâncias, a vacância de Jorge Alberto Portanova Mendes Ribeiro.

Padilha deve, antes de tudo, refletir sobre o resultado das urnas no último pleito, haja vista seu eleitorado, descrente, ter-se reduzido substancialmente.

Assim mesmo, precisamos, urgentemente, descobrir onde fica a terreira da poderosa “mãe de santo” padilhista.

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