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Ebola: OMS discute ética de uso de medicamentos experimentais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) faz hoje (11) reunião para discutir a ética do uso de medicamentos experimentais, no momento em que o mundo luta para conter a rápida propagação do vírus ebola.

Não existe atualmente qualquer tratamento ou vacina contra o ebola, um dos vírus mais letais conhecidos, e com o número de mortos próximo de 1.000 pessoas. Na última semana, a doença foi considerada pela OMS  “emergência de saúde pública de caráter mundial”.

A utilização de medicamentos experimentais suscita intenso debate ético. Por isso, especialistas de todo o mundo encontram-se nesta segunda-feira para a elaboração de diretrizes sobre o uso de medicamentos não autorizados em situações de emergência, como é o caso do surto de ebola.

Dois norte-americanos e um padre espanhol, infectados com o vírus quando cuidavam de doentes na África, estão sendo tratados com o medicamento experimental ZMapp, que mostrou resultados promissores.

O remédio, da empresa norte-americana Mapp Pharmaceuticals, está em fase inicial de desenvolvimento e só foi testado em macacos, além de ser escasso.

“É ético utilizar medicamentos não autorizados para tratar as pessoas? Em caso afirmativo, que critérios devem cumprir e em que condições, bem como quem deve ser tratado” são as questões a responder, disse Marie-Paule Kieny, assistente do diretor-geral da OMS, anfitrião do encontro desta segunda-feira.

O ebola causa febre e, nos casos mais graves, hemorragias intensas, podendo ser fatal em até 90% dos casos, segundo a OMS.

De acordo com os últimos dados da organização, desde fevereiro, o vírus infectou mais de 1.700 pessoas, sendo que mais de 900 morreram em Serra Leoa, na Guiné-Conacri, Libéria e Nigéria.

Descoberto há quatro décadas, o vírus é transmitido por contato direto com o sangue e outros fluidos corporais ou tecidos de pessoas ou animais infectados.

No último sábado (9), a OMS informou que uma vacina preventiva contra o ebola deverá passar à fase de testes clínicos em setembro e poderá estar disponível em 2015.

O ZMapp parece ter sido eficaz no tratamento de dois trabalhadores norte-americanos repatriados – o médico Kent Brantly e a voluntária Nancy Writebol – e está agora sendo administrado ao padre católico Miguel Pajares, infectado na Libéria e levado para a Espanha.

Fontes da família do religioso confirmaram nesse domingo (10) que os médicos começaram o tratamento com o ZMapp e que o estado do doente é “estável”. As mesmas fontes disseram que aguardam o efeito do soro experimental “com esperança”.

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