Eleição: Dilma, RS, rico, retrocesso, padrinho, nível…
Dilma Vana Rousseff é a primeira mulher presidente do Brasil
Rio Grande do sul
O povo gaúcho é diferente mesmo. Na eleição para o governo do estado, Tarso Genro (PT) venceu a disputa no primeiro turno.
A lógica seria uma vitória fácil de Dilma Rousseff (PT) por estas bandas.
O resultado contrariou os prognósticos e José Serra venceu com 3.236.584 (50,94% dos votos válidos). Dilma fez 3.116.931 (49,06% dos votos válidos).
Rico
Nos últimos dias, na cidade de Osório, o que mais ouvi foram comentários que rico votava em Serra e pobre em Rousseff.
Rico II
Pois no sábado, em uma grande carreata da petista em Osório, se esta afirmação estiver correta, muitos dos que estavam com os carros adesivados de Dilma, eram eleitores do Serra.
Rico III
Isto sem citar o filho do nosso quase ex-presidente e diversos outros “companheiros” que se seguirem esta lógica foram com Serra na cabeça.
Retrocesso
Nesta eleição tivemos um grande retrocesso ao levantarmos questões religiosas no processo eleitoral.
Aborto e união sexual devem sim ser debatidos, mas em um campo mais amplo, como um plebiscito, por exemplo.
Dilma teve que se submeter a assinar termos que não seria favorável a estes tipos de conduta. Um retrocesso lamentável.
Padrinho
Esta vitória é de Dilma, do PT, mas acima de tudo, de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele alavancou a candidatura de uma praticamente desconhecida, para o local mais alto deste país.
Luiz Inácio Lula da Silva
E por falar no nosso quase ex-presidente, será que ele já sabe da vitória da sua “invenção política”? Pelo seu histórico recente, tem tudo pra ele não saber de mais este fato.
Nível
Na última coluna, comentei a respeito do nível que havia se transformado a campanha política deste ano.
Recebi um texto sobre isto, de Rogério Espíndula Bernardes e publico abaixo.
“Para entender porque o nível da eleição está assim tão baixo, fiquei matutando e me deparei com uma triste realidade.
Vou lhes contar uma estórinha que me ocorreu. Boa reflexão.
Estava eu andando em uma praça muito bonita quando avistei um senhor já de idade avançada, bem aparado, sentado em um banco, apoiado em uma bengala.
Perguntei-lhe: – Quem é o senhor? O que o senhor faz?
E ele me respondeu: – Me chamo Judiciário, já andei com minhas próprias pernas, era respeitado, aplicava a lei, decidia grandes causas, era um grande poder.
Perguntei: – E por que não o faz mais?
Respondeu-me: – Siga em frente meu filho, sua resposta está mais adiante.
Andando mais um pouco encontrei outro velhinho, na mesma situação, com sua bengalinha na mão.
Perguntei-lhe a mesma coisa.
Respondeu: – Me chamo Ministério Público, defendi os direitos do povo e a aplicação das leis, fiz denúncias sem titubear.
Questionei: – Por que não o faz mais? E obtive a mesma resposta do primeiro.
Continuei andando e encontrei outro velhinho na mesma situação, só um pouco mais alegre, mas apoiado em sua bengala.
Fiz-lhe a mesma pergunta dos outros, o que respondeu:
– Me chamo Poder Legislativo, fiz muitas leis para o meu povo, defendi suas necessidades, lutei pelos seus interesses, etc…
Perguntei – E por que não faz mais?
Disse-me: – Agora outros também podem fazer, mas siga em frente meu filho, você vai encontrar sua resposta.
Chegando a outra rua me deparei com um grande comércio, escrito na fachada: FÁBRICA DE BENGALAS.
Entrei e me deparei com um sujeito muito grande, bem vestido, com olhar autoritário.
Perguntei-lhe: – Quem é o senhor? O que faz?
Respondeu-me sorridente: – Me chamo Poder Executivo e sou o dono da fábrica de bengalas. E me fuzilou com a pergunta: – E tu quem és? No que prontamente respondi:
– Sou a Imprensa, coloco o povo a par das notícias e das coisas que acontecem ao nosso redor e no mundo, doa a quem doer.
O sujeito me olhou atravessado e com tom furioso proferiu:
– Vou lhe dizer uma coisa e lhe dar um conselho, saia daqui imediatamente e não fique fazendo perguntas por aí, porque você será o próximo a usar uma de minhas bengalas.”
E VIVA A DEMOCRACIA.
Rogério Espíndula Bernardes
28/10/10