Emagrecimento – o caminho para o sucesso – Dr. Sander Fridman

Dr. Sander Fridman é Doutor em Psiquiatria pelo IPUB/UFRJ. Atende Neuropsiquiatria, Psicanálise Cognitivista, Transtornos Sexuais e Relações Conjugais.

Emagrecimento – o caminho para o sucesso*

Dieta e exercício físico: durante várias décadas, este foi o caminho para o emagrecimento. Durante e após estes esforços, o funcionamento do corpo e do cérebro agem contra a vontade da pessoa, impondo um apetite exagerado de muito difícil controle.

Em 2016, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade declarou, em suas Diretrizes Nacionais, que apenas dieta e exercícios, na grande maioria dos pacientes obesos e com sobrepeso, são ineficazes no médio e longo prazo. Em 2013, a Associação Médica Americana reconheceu a Obesidade como Doença, não mais como uma mera variação no estado de saúde.

Resistência e perversão ao efeito da insulina, forte “fome celular”, funcionamento metabólico exageradamente econômico, fraqueza e apatia, estresse, ansiedade, obsessão por comer, dificuldade para saciar, acabam não só se opondo à perda de peso, como levando à recuperação do peso para além do estado anterior ao início dos esforços para perder peso. Apesar do honroso sucesso de alguns, por breve ou longo tempo, mas não da imensa maioria por muito tempo.

Intervenções médicas sobre as causa emocionais da compulsão alimentar e apetite exagerado, promoção da saciedade no contexto do “estômago dilatado”, apoio na reconversão do excesso de gorduras corporais em açúcar para sua eliminação ou aproveitamento energético, intervenções sobre a “fome de doces”, monitoramento e correção das condições hormonais e metabólicas desfavoráveis à troca de gordura por músculos bem como ao aproveitamento da atividade física, além da melhor orientação para a correta escolha dos alimentos – aí repousam os principais recursos disponíveis para apoiar a perda de peso, tanto maior e mais rápida, quanto mais abrangentes os recursos empregados.

Diabesidade é o termo empregado hoje para sintetizar o contínuo entre obesidade e diabetes, e suas consequências, como a perda de membros, função sexual, visão, acidentes vasculares cerebrais, angina, infarto, tromboses, pressão alta, artrose do quadril, joelhos, tornozelo e vários cânceres, além dos prejuízos à autoimagem, autoestima e, não raro, à capacidade de trabalho e renda, além dos enormes custos de saúde e de cuidados decorrentes das complicações. Embora muitos desconheçam, pessoas com obesidade e sobrepeso apresentam mais cânceres de tireoide, mamas, ovários, próstata, útero, esôfago, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, intestino grosso e reto, rins, sangue e cérebro!

Por isso, o correto e determinado controle do sobrepeso desponta como um dos procedimentos médicos mais complexos e abrangentes da atualidade, e com o maior potencial de melhorar significativamente a qualidade e o tempo de vida.

Vários tratamentos hoje são disponíveis e eficazes para muitos pacientes, embora caros, variando no grau do impacto sobre o peso, na melhor das hipóteses, de 15%, ao longo de 1 ano, até 30% num espaço de 3 meses, dependendo de características ligadas ao paciente – a variedade dos determinantes de sua condição, o acesso aos recursos terapêuticos, a disposição e a disponibilidade para se envolver com as iniciativas essenciais para seu sucesso.

*Dr. Sander Fridman – Doutor em Psiquiatria pela UFRJ

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