Emergência Pediátrica do HCPA (Hospital de Clínicas de Porto Alegre), enfrenta um dos momentos mais críticos de sua história recente.
Com a superlotação atingindo níveis extremos e casos cada vez mais graves chegando ao hospital, o atendimento foi restringido, nesta quarta-feira (11), exclusivamente para crianças em risco iminente de morte ou levadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
A medida foi tomada em conjunto com a Prefeitura de Porto Alegre, após o colapso da capacidade assistencial da unidade, uma das mais importantes do Sul do Brasil.
Nos últimos 30 dias, houve apenas um único turno em que o número de pacientes não ultrapassou o limite de ocupação.
O cenário crítico se agravou ao longo da semana, com a chegada de casos complexos que demandam suporte intensivo.
Na tarde desta quarta-feira, 35 crianças com quadros de alta gravidade — incluindo pacientes intubados — ocupavam as 14 vagas disponíveis.
Outras 15 crianças ainda aguardavam atendimento, formando uma fila dramática que escancara a exaustão da estrutura hospitalar.
A direção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) confirmou que todos os recursos técnicos, humanos e estruturais estão sendo usados em sua capacidade total.
Médicos, enfermeiros e equipes multidisciplinares atuam sob extrema pressão, tentando garantir o cuidado adequado a cada criança que entra na unidade.
Emergência Pediátrica do HCPA
A superlotação, somada ao aumento da complexidade dos casos, levou à decisão de restringir os atendimentos.
A partir de agora, a triagem é rigorosa e pacientes que não apresentem risco iminente de morte estão sendo redirecionados para outras unidades da rede municipal de saúde.
A prioridade é garantir suporte vital para quem realmente não pode esperar.
A prefeitura orienta pais e responsáveis a procurarem Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) e unidades básicas de saúde (UBSs) para quadros menos graves.
A Secretaria Municipal da Saúde reforça que o atendimento no HCPA será retomado normalmente assim que houver melhora na capacidade operacional da emergência pediátrica.
A situação atual é mais um reflexo da sobrecarga crônica do sistema público de saúde, agravada pelo aumento de doenças respiratórias, infecções sazonais e pela maior demanda nos períodos de frio.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre, referência em pediatria no Estado, volta a ser o retrato de um problema que afeta milhares de famílias.