Empresa pode processar artista por “barbie lésbica”
A Mattel do Brasil, subsidiária no País da fabricante norte-americana das bonecas, deu prazo até hoje à noite para a artista retirar as imagens do seu site pessoal.
A indústria exige que a artista desmonte a exposição Bárbaras Garotas, de 11 digigravuras da série, exposta em um bar, em Curitiba. As digigravuras são uma composição da artista, que primeiro monta a instalação com as bonecas, depois fotografa as “cenas” e passa para o computador. A imagem é manipulada na tela. A artista acrescenta cores e formas e volta a imprimir em papel fotográfico.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Schwarz não atendeu a uma notificação extrajudicial entregue a na sexta-feira, o que pode render à artista um processo por violação do direito autoral da obra, previsto na Lei de Propriedade Intelectual.
A artista disse ontem que não pretende interromper a exposição, prevista até 30 de setembro, nem retirar as imagens do site (www.karuska.com). O dono do bar, Odilon Merlin, afirmou que a designer tem o espaço garantido no prazo agendado.
Para Schwarz, o pedido da Mattel é “uma reação preconceituosa” à abordagem homossexual que dá às bonecas. A artista defendeu seu trabalho dizendo que a própria empresa fabricante explora a sensualidade e o erotismo da boneca. “Ela anda de biquíni, barriga à mostra, tem seios protuberantes e é altamente erotizada. Tem até namorado”, afirmou.
Quanto ao argumento da violação do direito autoral, Schwarz ressaltou que não falsifica nem vende bonecas. O advogado Eduardo Ribeiro Augusto, que representa a Mattel do Brasil, disse ontem que a empresa decidiria numa reunião à noite se levará Karin Schwarz aos tribunais pelo uso da boneca. A decisão só será informada hoje, disse.