Harpia no Parque do Turvo Harpia no Parque do Turvo - Foto: Carlos Kuhn
Rio Grande do SulVariedades

Esquema desviava aves raras e harpias para criadouros no RS

O tráfico de animais silvestres, um dos crimes ambientais mais graves no Brasil, foi alvo de uma operação deflagrada pelo Ibama, Polícia Federal (PF) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) nesta terça-feira (10/12).

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Investigações apontam que animais resgatados, reabilitados nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e destinados à soltura, eram desviados ilegalmente para criadores comerciais em Minas Gerais e São Paulo.

Entre os animais envolvidos no esquema estava um gavião-real, ou harpia, ave em extinção no Rio Grande do Sul, além de araras e papagaios.

A operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Arroio do Meio, no RS, investigando locais ligados aos suspeitos.

A delegada da Polícia Federal, Jeanie Tufureti, explicou que um particular agia em conluio com dois servidores do Ibama.

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“Eles ofereciam os animais, prometendo regularizar a situação para criadores comerciais, mas inseriam informações falsas no sistema do Ibama para legalizar a atividade”, afirmou.

A Polícia investiga as vantagens financeiras recebidas pelos envolvidos, com quebra de sigilo bancário em andamento.

Desvio e papel dos Cetas

Os animais desviados eram frutos de apreensões ou resgates realizados em operações contra o tráfico de fauna.

“O Cetas tem um papel fundamental na reabilitação e devolução dos animais à natureza. A investigação visa garantir que os servidores atuem de forma ética e cumpram sua missão”, completou a delegada.

Em nota, o Ibama reforçou a importância dos Cetas na conservação da biodiversidade.

“Os Centros de Triagem realizam a triagem, recuperação e reabilitação de animais silvestres oriundos de entregas voluntárias, resgates e apreensões relacionadas ao tráfico, devolvendo milhares de animais à natureza anualmente.”

A operação também fiscalizou dez criadouros de fauna e amadores de pássaros silvestres, apontados como beneficiários dos desvios.

O Ibama reforçou seu compromisso com ações estratégicas e rigorosas no combate a crimes ambientais e destacou sua política de tolerância zero contra desvios de conduta.

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