Esquizofrenia
Ao pesquisar o assunto, percebi como é frágil nosso cérebro e que o processo inicia-se com depressão profunda.
Em 1911, Eugen Bleuler usou, pela primeira vez, o termo esquizofrenia para definir uma patologia de foro psiquiátrico grave. Este distúrbio caracteriza-se por sintomas positivos (delírios e alucinações), sintomas negativos (falta de vontade e embotamento afetivo) e por quadros de tristeza e desmotivação, acompanhados por problemas de memória e atenção. Apesar de não se conhecerem as causas desta patologia psiquiátrica, suspeita-se de que o aparecimento dos primeiros sintomas se deva a razões genéticas.
Normalmente, a doença surge com alterações na percepção ou na expressão da realidade, muito embora as manifestações mais freqüentes sejam as alucinações visuais ou auditivas. Os delírios persecutórios, a desorganização do pensamento e da linguagem, assim como uma grande deficiência social e profissional, também são bastante comuns.
Há aproximadamente uma semana em Torres, um comerciante solicitou ao gerente de sua loja que afixasse um cartaz com os seguintes dizeres: (SE NÃO QUERES GASTAR, NÃO ENTRE AQUI). O funcionário se recusou, então foi informado que deveria passar alguns dias em casa.
Ao saber do ocorrido, fui visitar a empresa e conversar com os demais colaboradores. Descobri que o funcionário mais antigo estava na empresa desde Julho. Estava eu, lá a conversar com eles quando adentra o patrão, e para meu espanto iniciaram-se xingamentos e atitudes extremamente agressivas. Em dez minutos palavrões dos mais variados foram proferidos. Ele não praguejava somente sobre seus funcionários, mas também sobre a família, fornecedores e amigos. Isso tudo sem olhar para os lados, nem ao menos respeitando possíveis clientes que estivessem no recinto.
A exemplo do lojista, a esquizofrenia altera por completo as rotinas da família em que o doente está inserido. E o impacto da doença, contribui para um desgaste emocional das pessoas mais próximas (família, amigos, colegas de trabalho) gerando estresse emocional. A soma dos fatores intrínsecos à pessoa com doença, seguem-se as dificuldades de re-socialização e o estigma da sociedade face à esquizofrenia: Esta patologia suscita um sentimento de estranheza nas pessoas e induz a uma sensação de perigosidade, o que constitui um dos motores de discriminação social. Os doentes com esquizofrenia sofrem, ainda, de falta de apoios no nosso país.
Todavia, na nossa região, uma coisa são as boas práticas e as boas intenções, outra são os poucos meios colocados à disposição das famílias e dos doentes pelos serviços públicos de saúde. Apesar dos esforços, os médicos e a família deparam-se com alguns obstáculos na adesão ao tratamento, já que nem sempre o doente aceita a patologia, até porque não tem consciência da mesma e recusa-se a admiti-la. No entanto, sofrer de esquizofrenia também não é sinônimo de ignorância ou de debilidade mental, mas de cuidado, atenção e conscientização de que todos somos passíveis de vir a ter algum distúrbio deste tipo.