Estado de emergência em saúde animal foi decretado pelo Governo do Rio Grande do Sul após a confirmação de focos do vírus H5N1 da influenza aviária de alta patogenicidade.
A medida, formalizada pelo Decreto 58.169/2025, foi publicada no Diário Oficial do Estado no sábado (17/5) e permanecerá em vigor por 60 dias.
A decisão tem como objetivo garantir agilidade nas ações de contenção da doença, que já foi registrada em uma granja de reprodução em Montenegro e em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul.
Com a implementação do estado de emergência, municípios como Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão estão sob monitoramento intensivo.
O decreto permite a instalação de barreiras sanitárias e outras ações urgentes de vigilância, controle e desinfecção.
Barreira sanitária e fiscalização intensiva
O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), com apoio da Patrulha Ambiental da Brigada Militar e das prefeituras locais, iniciou a montagem de sete barreiras sanitárias em Montenegro.
Cinco já estão em funcionamento em pontos estratégicos, com controle de veículos de transporte de animais vivos, ração e leite.
As barreiras atuam em dois perímetros distintos: em um raio de 3 km estão localizadas duas barreiras de desinfecção e uma de bloqueio; em 10 km, mais quatro barreiras de desinfecção foram instaladas.
Até 540 propriedades rurais estão sendo vistoriadas, enquanto a segurança das áreas está sendo garantida por patrulhamento da Brigada Militar, com foco em restringir a circulação de veículos e pessoas que possam comprometer os protocolos sanitários.
Governo cancela eventos com aves e fecha zoológico
Além das barreiras físicas, eventos que envolvam aves foram cancelados em todo o estado, e o Zoológico de Sapucaia do Sul permanece fechado por tempo indeterminado.
As ações fazem parte do Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, coordenado pelo Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS).
Perguntas e respostas sobre a gripe aviária
Há risco para seres humanos?
Sim, mas é baixo. Casos ocorrem principalmente entre trabalhadores que mantêm contato direto com aves infectadas.
A transmissão entre pessoas é extremamente limitada e não ocorre via alimentos preparados adequadamente.
Outros animais podem ser contaminados?
Sim. Mamíferos podem contrair o vírus ao entrarem em contato com aves doentes ou superfícies contaminadas.
Carne e ovos ainda podem ser consumidos?
Sim. Produtos de origem animal disponíveis em pontos de venda ou armazenados em casa continuam seguros, pois o foco está restrito a granjas reprodutivas.
Vacina da gripe protege contra a aviária?
Não. A vacina sazonal combate os vírus humanos A (H1N1 e H3N2) e B, mas não o H5N1 da gripe aviária.
O que fazer ao encontrar aves mortas ou doentes?
Não toque, alimente ou aproxime-se. Mantenha animais de estimação longe. Notifique a Secretaria da Agricultura pelo WhatsApp (51) 98445-2033.
Quais medidas de proteção devem ser adotadas por profissionais?
O uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas, máscaras e roupas específicas, é obrigatório. Protocolos de biossegurança também devem ser seguidos rigorosamente.
Principais sintomas da gripe aviária em aves:
Alta mortalidade, torcicolo, dificuldades respiratórias e de locomoção, crista roxa e inchada, secreções nasais e oculares, espirros e diarreia.
Como notificar casos suspeitos?
Qualquer ave com sintomas respiratórios ou neurológicos, bem como mortes repentinas, devem ser comunicadas às inspetorias regionais ou via WhatsApp da Seapi.