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Estudo revela 60 anos de transformações sociais no país

Estudo revela 60 anos de transformações sociais no país

 
Entre os Censos de 1940 e 2000, a população brasileira cresceu quatro vezes. O Brasil rural tornou-se urbano (31,3% para 81,2% de taxa de urbanização). Nesse período, houve o envelhecimento da população brasileira, que na faixa de 15 a 59 anos, aumentou de 53% para 61,8%. O número de pessoas autodeclaradas pardas aumentou de 21,2% para 38,5%, reflexo do processo de miscigenação racial. Quanto à religião, nesses 60 anos, os evangélicos cresceram de 2,6% para 15,4% da população. O país conseguiu reduzir em cinco vezes a taxa de analfabetismo, que caiu de 56,8% para 12,1%. A taxa de escolarização, entre crianças de 7 a 14 anos, aumentou de 30,6% para 94,5%. Já o percentual de casados cresceu de 42,2% para 49,5%. Os brasileiros natos passaram de 96,6% para 99,6%. No período em foco, agricultura, pecuária e silvicultura, que em 1940  representava 32,6% da população ocupada, declinou para 17,9%, em 2000.

Essas são algumas das conclusões do estudo “Tendências Demográficas: uma análise da população com base nos resultados dos Censos Demográficos de 1940 e 2000”, que será lançado no dia 25 de maio, com informações sobre sexo, idade, cor, religião, nacionalidade, educação, nupcialidade e grupos de atividades econômicas referentes aos dois Censos.

A população do Brasil aumentou, entre 1940 e 2000, quatro vezes, passando de 41,2 milhões para 169,8 milhões de habitantes. Na década de 40, os cinco estados mais populosos do Brasil eram São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2000, a Bahia trocou de posição com o Rio de Janeiro. Em 1940, o município do Rio de Janeiro destacava-se como o de maior população, seguido dos municípios de São Paulo, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2000, São Paulo era o mais populoso, concentrando 6,1% do efetivo populacional do país. Em 1940, havia equilíbrio entre o número de homens e mulheres (20,6 milhões); em 2000, o contingente feminino (86 milhões) ultrapassou o masculino (83,6 milhões). Ao analisar as razões de sexo, segundo as Grandes Regiões, observou-se que a região Nordeste foi a única que registrou predomínio feminino em 1940, provavelmente em razão da emigração masculina.

Maior crescimento populacional ocorreu no Centro-Oeste e Norte

Em 60 anos, a densidade demográfica1 saltou de 4,8 hab/km2 para 19,9 hab/km2. O Centro-Oeste (de 0,7 para 7,2 hab/km2) apresentou crescimento duas vezes e meia maior que o nacional, seguido pela região Norte (de 0,4 para 3,4 hab/km2), cujo aumento da densidade foi o dobro do nível nacional. De acordo com o estudo, em 1940 havia concentração populacional na faixa litorânea e aglomerados populacionais dispersos pelo interior, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, mas já era possível perceber novas manchas de povoamento na Região Centro-Oeste. Sessenta anos após, persistiram as diferenças regionais, por exemplo, densidades demográficas de 3,4 hab/km2, no Norte do país, a 78,3 hab/km2, no Sudeste.

Na região Sudeste, o Rio de Janeiro, com 82 hab/km2 (1940) e 328 hab/km2 (2000), e São Paulo, com 28 hab/km2 (1940) e 149 hab/km2 (2000), apresentam as maiores densidades do país. O estado de Alagoas, tanto em 1940 quanto em 2000, manteve a terceira posição no ranking nacional com 34 hab/km2 (1940) e 101 hab/km2 (2000). Contudo, foram os estados da região Norte que revelaram o maior crescimento, especialmente Rondônia e Roraima, que em 1940 não atingiam 1 hab/km2 e passaram em 2000, para 5 hab/km2 e aproximadamente 2 hab/km2 , respectivamente.

Entre 1940/2000, as maiores taxas de crescimento anuais ocorreram nas regiões Centro-Oeste e Norte (4,1% e 3,6%). Na ótica estadual, as maiores taxas de crescimento registradas foram em Rondônia (8,0%) e Roraima (6,0%), áreas favorecidas por incrementos demográficos da expansão da fronteira agrícola a partir da década de 1970. Já as menores foram observadas nos estados da Paraíba (1,5%) e Minas Gerais (1,7%), em geral, associadas a saldos migratórios negativos.

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