Eu, o Covid-19, meu celular e a plataforma de Xangri-Lá – Sergio Agra
EU, O COVID-19, MEU CELULAR E A PLATAFORMA DE XANGRI-LÁ
Por Sergio Agra
Meu celular está de luto pelas vítimas fatais do COVID-19: funciona apenas a meio-pau.
Por essa razão travesti-me de Fernão Dias Paes Lemes e me embrenhei pelas tabas e matas desta aldeia supostamente infestada pelo COVID e pelo nefasto vírus do obscurantismo (será que também me disfarcei em Sigismund Freud e sua quizila para com Viena em contrapartida à saudade e à ternura devotada a Freiberg, seu torrão natal?
Assim, continuo impedido não de efetuar ou receber ligações, porém, meu(minha) interlocutor(a) não me escuta. A placa do microfone, por descuido meu, apanhou umidade na piscina. O arcaico no entanto utilíssimo serviçal telefone fixo, tomado pelo pó e por teias de aranha, tem se prestado para ouvir a voz de Fernando, meu neto.
Posso afiança, este aparelho não é de “discagem”! Prrooo, prroooooo, prroo, prrooooo… (3625-…).
O que me angustia é o fato de até o momento não vislumbrar um PLANO EFETIVO, REAL, CONSISTENTE para o aniquilamento da pandemia.
Os três Poderes, em suas esferas Federal, Estaduais e Municipais, por ideologias políticas polarizadas, não possuem consenso.
A Globolixo, eu soube (nego-me peremptoriamente a assistir noticiários televisivos) espalha, diuturna e contundantemente, um vírus mais letal: o terrorismo psicológico.
Distribuir dinheiro a rodo, cestas básicas ao trabalhador informal ou desempregado, alimentação ao morador de rua é extremamente necessário e vital.
Ê meritório. Porém, assemelha-se a doar o peixe do dia de hoje. Os próprios Governantes não sabem a diferença entre o caniço, a tarrafa, o arrastão e o arpão. Desconhecem se o correto é se valerem da minhoca, da sardinha, do corrupto ou lula (serão os últimos da mesma espécie como isca?).
O erário nacional não é um saco sem fundos. São erguidos nos estádios de futebol hospitais de campanha. Os moradores de rua do Rio de Janeiro são alojados em salas de aulas da escola localizada sob as arquibancadas do Sambódromo.
É então? Teremos que aguardar um ano e meio a dois anos até que, aleluia, Hosanas nas alturas, a Ciência descubra a vacina salvadora para um vírus que já se mostrou mutante?
Oferecemos!