Exploração de petróleo no Litoral do RS avançará com novas pesquisas sísmicas conduzidas por quatro grandes empresas internacionais.
A TGS e a PGS, ambas norueguesas, darão início aos levantamentos já no próximo mês em dois pontos estratégicos da Bacia de Pelotas: o extremo sul e a divisa com Santa Catarina.
A Viridien, dos EUA, e a SLB WesternGeco, da França, devem iniciar suas operações em outubro.
Essa fase de pesquisa sísmica, que pode durar até janeiro de 2028, é fundamental para a identificação de possíveis reservas de petróleo e gás natural.
A técnica empregada funciona como uma espécie de ultrassonografia submarina, mapeando o subsolo marinho em busca de formações geológicas com potencial para conter hidrocarbonetos.
Atualmente, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), cinco processos de licenciamento ambiental estão em estágio avançado para a realização de pesquisas sísmicas na região.
Três ocorrerão exclusivamente em águas profundas do litoral gaúcho, a pelo menos 96 quilômetros da costa, em áreas que variam entre 200 e 4 mil metros de profundidade.
O planejamento técnico e os cronogramas das atividades foram apresentados em Reuniões Técnicas Informativas (RTIs) nas cidades de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC), importantes polos portuários do Sul do Brasil.
O documento foi assinado pelas quatro empresas envolvidas nos estudos.
No dia 31 de março, o Ibama publicou pareceres técnicos sobre os estudos ambientais entregues pelas companhias.
O andamento dos processos agora depende das respostas das empresas, que precisam atender integralmente às exigências do órgão ambiental e às observações feitas nas audiências públicas realizadas nas cidades afetadas.
O relatório técnico detalha os possíveis impactos da pesquisa sísmica sobre a biodiversidade marinha e a atividade pesqueira, além de propor medidas de mitigação para reduzir danos ao ecossistema.
O material destaca ainda que nem todos os empreendimentos autorizados serão necessariamente executados, e muitos podem ocorrer de forma escalonada, sem sobreposição de operações simultâneas.
Outro fator que promete movimentar o setor é o leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), marcado para 17 de junho.
Serão ofertados 34 blocos na Bacia de Pelotas no 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão.
Ao todo, mais de 22 mil quilômetros quadrados estarão disponíveis para empresas interessadas na exploração de petróleo e gás no litoral do Sul do país.
No leilão anterior, realizado em dezembro de 2023, 44 blocos foram arrematados, gerando compromissos de investimento mínimo de R$ 1,56 bilhão em atividades exploratórias.
Nesta nova rodada, 31 empresas estão inscritas — entre elas Petrobras, Shell, Chevron e CNOOC — todas já atuantes na Bacia de Pelotas.
Exploração de petróleo no Litoral do RS
Com a intensificação da exploração de petróleo no litoral do RS, o Brasil reforça sua estratégia de expansão energética e atrai novos investimentos internacionais.
A região desponta como uma das fronteiras mais promissoras para a produção offshore no país, em um cenário que alia tecnologia, interesse geopolítico e exigências ambientais cada vez mais rigorosas.