Facção operava rede de microcrédito com ameaças e juros exorbitantes no RS
Operação Caixa-Forte II desmantelou uma complexa organização criminosa que movimentou mais de R$ 32 milhões em tráfico de drogas, agiotagem e lavagem de dinheiro nos três estados do Sul do Brasil.
A ação, coordenada pelo Gaeco do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), envolveu cerca de 700 agentes, que cumpriram 170 mandados judiciais, incluindo 19 prisões e a remoção de líderes da facção no Presídio Regional de Pelotas (PRP).
A facção utilizava o PRP como centro de operações, controlando o tráfico de drogas, inserção de celulares e um esquema de microcrédito com juros abusivos, que chegavam a 280%.
As investigações revelaram que o dinheiro obtido com o tráfico financiava a agiotagem, enquanto o lucro dos empréstimos era usado para ampliar o tráfico, criando um ciclo contínuo de lucro ilícito.
Paralelamente, a Operação El Patron focou na lavagem de dinheiro.
A facção utilizava empresas, imóveis e até aplicativos de microcrédito para esconder suas atividades.
Foram identificadas 10 empresas envolvidas, incluindo açougues e imobiliárias.
Além disso, a organização operava 1,3 mil contas bancárias em nome de laranjas para movimentar os milhões obtidos com atividades criminosas.
O promotor André Dal Molin destacou que a ação visa desarticular financeiramente as facções, enquanto o promotor Rogério Caldas ressaltou a complexidade do esquema, que envolvia até um policial penal corrupto.
As operações demonstram o alcance e a sofisticação do crime organizado no Sul do país, reforçando a importância do trabalho conjunto entre os Gaecos dos três estados, Brigada Militar, Susepe e outras entidades.
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