Facção que atua no litoral é alvo de ação contra a lavagem de dinheiro em pelo menos três estados
A Polícia Civil deflagrou ao amanhecer desta terça-feira a megaoperação Magna Ópera que tem como alvo a lavagem de dinheiro realizada por uma facção criminosa, sediada na região do Vale do Rio dos Sinos e que tem núcleos no Litoral gaúcho.
A ação é coordenada pelas Delegacias de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), comandada pelo delegado Adriano Nonnenmacher, e do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), chefiada pelo delegado Filipe Bringhenti. Dez criminosos foram presos e houve o recolhimento de armas, dinheiro, drogas e veículos.
Mais de 200 agentes em 70 viaturas foram mobilizados em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Capão da Canoa, Guaíba e Viamão, além das cidades catarinenses de Itapema e Camboriú.
Estão sendo cumpridas 341 medidas, sendo 138 quebras de sigilos bancário, fiscais e bursátil; 60 mandados de busca e apreensão, bem como bloqueio de contas bancárias de 41 investigados e indisponibilidade de 29 bens imóveis e 23 veículos.
O total de bens indisponibilizados ultrapassa 16 milhões.
As duas investigações distintas, uma de Denarc e outra do GIE, visam descapitalizar duas duas lideranças da facção criminosa cujo crime de lavagem de dinheiro é decorrente do tráfico de drogas em larga escala.
O objetivo é a desarticulação dos braços financeiros das duas células abastadas da organização.
O branqueamento de capitais se dava através de uma rede de operadores financeiros, empresas, laranjas, entre outros meios. Houve apoio do Núcleo de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado, conduzido pelo Promotor de Justiça Diego Rosito de Vilas.
Segundo a investigação, durante três décadas, a organização opera rotas internacionais de tráfico de drogas, armas, dinheiro, via Paraguai, Argentina e Uruguai, sendo que nos anos 1990 com conexão ao Cartel de Cáli, e nos seguintes por intermédio de um narcotraficante brasileiro, naturalizado paraguaio.
As informações são do Correio do Povo.