Falcões no Aeroporto Salgado Filho: medida contra o “bird strike”

Falcões no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.  A segurança aérea ganhou um reforço inusitado. A medida foi adotada para combater o crescente número de colisões entre aeronaves e aves,…
Falcões no Aeroporto Salgado Filho
Foto: Fraport Brasil

Falcões no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.  A segurança aérea ganhou um reforço inusitado.

A medida foi adotada para combater o crescente número de colisões entre aeronaves e aves, um fenômeno conhecido como “bird strike“.

No dia 5 de abril, dois aviões da Latam sofreram colisões com pássaros durante o pouso no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, evidenciando a gravidade do problema.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ocorrem, em média, dez colisões desse tipo diariamente no Brasil.

O Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) registrou 65 incidentes de “bird strike” no país até 11 de abril de 2024.

No ano anterior, foram 929 casos, um recorde histórico e um aumento de 24,5% em relação a 2023, que registrou 746 ocorrências. Nos últimos 10 anos, o Brasil contabilizou 1.888 casos, sendo 139 deles no Rio Grande do Sul.

Falcões no Aeroporto Salgado Filho – aliados na segurança aérea

A colisão entre aeronaves e aves pode causar danos significativos aos equipamentos, além de representar riscos à segurança dos voos e à vida animal.

Para mitigar esse problema, o Aeroporto Salgado Filho implementou, em outubro de 2024, um sistema de falcoaria. A técnica consiste no uso de aves de rapina treinadas para afugentar outras aves e animais da área do aeroporto, garantindo a segurança das operações de pouso e decolagem.

O aeroporto conta com quatro gaviões e um falcão, sob os cuidados da empresa Radar Soluções Ambientais.

A Fraport Brasil, administradora do aeroporto, contratou o serviço após observar um aumento na presença de aves e outros animais na área da pista, decorrente da redução do tráfego aéreo e do ruído durante o período de enchente que afetou a região.

Treinamento e manejo das aves de rapina

Denise Giani, bióloga da Radar, explica que as aves de rapina passam por um treinamento de cerca de três meses, desde filhotes.

“O primeiro passo é acostumá-las com o contato humano, para que não se estressem. Em seguida, iniciamos o condicionamento com o falcoeiro, o profissional responsável pelo manejo das aves”, detalha a bióloga.

Durante o treinamento, o falcoeiro utiliza apitos e outros comandos para direcionar as aves, recompensando-as com alimento após cada tarefa.

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