Febre do Oropouche no RS: mosquito transmissor confirmado no Litoral Norte
A presença do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como “maruim” ou “mosquito-pólvora“, foi confirmada no litoral norte do Rio Grande do Sul após análises laboratoriais divulgadas recentemente.
Identificado pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-RJ), esse inseto é o principal vetor do vírus Oropouche (OROV), causador da Febre do Oropouche.
A descoberta trouxe alerta para a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Esse mosquito, que mede até 3 milímetros, se prolifera em áreas com acúmulo de material orgânico e umidade, comuns em regiões de cultivo de bananas.
Foram confirmadas amostras da espécie nos municípios de Mampituba, Três Forquilhas, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné e Terra de Areia.
Apesar da preocupação, ainda não há casos confirmados da Febre do Oropouche no estado.
No cenário nacional, houve um aumento significativo de casos autóctones da doença em estados como Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco e Maranhão.
Recentemente, o Ministério da Saúde recomendou a intensificação das ações de vigilância em saúde em todo o Brasil, após a identificação de anticorpos do vírus em um caso de abortamento e em quatro casos de microcefalia.
Embora não tenha havido infecções em humanos no Rio Grande do Sul, a detecção de anticorpos em primatas não humanos sugere circulação do vírus.
A Nota Técnica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde alerta para o aumento de picadas e casos recentes na região extra-amazônica, indicando a possibilidade de casos no estado.
A Seapi também intensificou o monitoramento, promovendo palestras, reuniões e orientações para produtores rurais, entidades do setor produtivo e órgãos governamentais sobre o comportamento do inseto e formas de prevenção.
“A defesa agropecuária tem feito um trabalho intensivo de educação sanitária”, destaca Alonso Duarte de Andrade, fiscal estadual agropecuário da região do Litoral Norte.
Sintomas e Prevenção
A Febre do Oropouche apresenta sintomas semelhantes a outras arboviroses, como dengue, chikungunya e febre amarela, incluindo febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias.
Ocasionalmente, podem ocorrer quadros de meningite asséptica.
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